domingo, 8 de novembro de 2009

Abertas inscrições para a pós de Mídias Digitais, na PUC-Minas

Produção em Mídias Digitais

Unidade: IEC PUC Minas no Colégio Sagrado Coração de Jesus


As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) apresentam uma série de novos conceitos, como mídias móveis, hipermídia e espaços relacionais, ressignificando a comunicação interpessoal.


Neste contexto, as possibilidades de interação, gerenciamento de recursos de outras mídias e constituição de práticas narrativas adequadas a este espaço-informação demonstram que não estamos vivenciando uma simples adaptação conjuntural. A aproximação que a mídia digital permite entre os papéis de produtores e consumidores de informação nos parece ainda mais evidente, conforme atestam as práticas colaborativas que têm auxiliado a busca por uma (re)configuração das práticas comunicacionais.





Área de conhecimento da CNPq: Ciências Sociais Aplicadas.




Público-alvo:


Graduados em Letras, Comunicação Social, Ciência da Informação, Biblioteconomia; licenciados em geral; bacharéis na área de Humanas, Ciências Sociais ou Artes; profissionais de instituições públicas ou privadas que lidem com projetos relativos à produção de conteúdo e processos editoriais para mídias digitais.

Objetivo(s):


- Oferecer formação especializada ao profissional que deseja aprofundar conhecimentos sobre processos comunicacionais hipermidiáticos, sobre a história das NTICs e sua consequente aplicação e sobre os processos de interação comunicacional e comunicação interpessoal em meios digitais;
- Desenvolver competências de grupos e profissionais para que possam conceber, executar, implementar e avaliar projetos de comunicação hipermidiática;
- Desenvolver competências de grupos e profissionais para que possam reconfigurar ou reavaliar a prática profissional em que estejam envolvidos em suas instituições de origem, de forma que se tornem agentes transformadores mais eficazes.


Programa:


- Estética Digital
- Tecnologia de Informação
- Webwriting
- Processos de Interação
- Roteiro para Hipermídia
- Cibertexto e Narração Virtual
- Visualidade e Animação
- Produção e Ferramentas Colaborativas
- Análise Crítica da Mídia Digital
- Metodologia de Pesquisa
- Seminário de Tópicos Especiais


Duração:

Início: 22 de março de 2010

Término: novembro de 2010


Carga Horária: 360 horas-aula

Horário: de segunda a quarta-feira, das 19h às 22h30.

Investimento: 15 parcelas de R$ 450,00

Local de Realização:

IEC PUC Minas no Colégio Sagrado Coração de Jesus

Endereço:

Rua Professor Moraes, 363 - Funcionários

Telefone:

31 3319-4444

Coordenação:

Jorge Rocha Neto da Conceição
Mestre em Cognição e Linguagem



Fonte:PUC Minas

terça-feira, 3 de novembro de 2009

OPORTUNIDADES

UFC Cariri contrata professor de Jornalismo-Fundamentação Teórica.Acesse o edital


UFC Cariri contrata professor para Telejornalismo.Acesse o edital

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fechamento da Especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem

Oi, pessoal,
Tudo bem? Infelizmente, não tenho boas notícias. Esta foi a última vez que a Especialização em Teorias da Comunicação e da Imagem foi ofertada. Novas turmas só poderão ser ofertadas mediante a obtenção de convênio que cubram todos os custos de realização da Especialização. Esforços nesse sentido já foram iniciados, mas não há previsão de quando e se vamos obter um financiamento, por isso não há previsão da abertura de uma nova turma desta especialização. Gostaria de agradecer a participação de todos e desejar-lhes boa sorte na vida profissional, lembrando-lhes a necessidade de respeitar a entrega dos prazos dos trabalhos e do trabalho final - cujo prazo se esgota quatro meses após o último dia de aula da disciplina final do curso. Um abraço. Márcia Vidal.

domingo, 25 de outubro de 2009

COMUNICADO

Amanhã,dia 26 de outubro,não haverá aula na Especialização em virtude do feriado antecipado do Dia do Servidor.A informação foi confirmada pela dona Regina.Segundo ela,na próxima quarta haverá aula normal e será do Wellington.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Fortaleza é a primeira capital brasileira a convocar Conferência Municipal de Comunicação













A prefeita Luizianne Lins assinou decreto convocando a I Conferência Municipal de Comunicação. Com isto, Fortaleza torna-se a primeira capital do País a comprometer-se com a realização deste importante espaço de debate coletivo e propostas rumo a um maior controle social das políticas públicas na área.A I Conferência Municipal de Comunicação será realizada em outubro e contará com uma comissão organizadora composta por representantes do poder público, da sociedade civil organizada, de entidades empresariais e universidade.De acordo com a jornalista Joana Dar'c Dutra, integrante da comissão organizadora, “a Conferência será um momento importante para avançarmos em políticas que incentivem as produções alternativas e comunitárias em Fortaleza”, destacou.As etapas de formação para a conferência já estão acontecendo. Acompanhe a programação e participe:Comunicação e EducaçãoQuinta-feira, 24 de setembroLocal: Imparh (Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos)Endereço: Avenida João Pessoa, 560914h – Experiências de Educomunicação nas Escolas Municipais de Fortaleza16h30 – Comunicação e Educação: diálogos necessáriosComunicação e Direitos HumanosSexta e sábado, 25 e 26 de setembroLocal: Faculdade Farias Brito (Teatro Nadir Sabóia).Endereço: Rua 8 de setembro, 1331 – Varjota (próximo à avenida Júlio Abreu, continuação da avenida Dom Luis).25/09 – Sexta18h30 – Solenidade de Abertura19h às 20h30 – Comunicação e Direitos Humanos26/09 – Sábado08h às 10h – Mídia e discriminação: participação das populações e (des)construção de estereótipos10h30 às 12h30 – Mídia e inclusão14h às 16h – GTs por população (levantamento de propostas)16h30 às 18h – Acolhimento das propostas

fonte: http://www.fortaleza.ce.gov.br/

domingo, 13 de setembro de 2009

X Seminário Internacional de Comunicação - inscrições abertas para submissão de trabalhos!

Apresentação

A problemática do imaginário sempre relacionada ao vetor comunicação marca as atividades deste programa – PPGCOM da PUCRS - desde sua criação em 1994. Nesse sentido, grande parte da internacionalização do PPGCOM deve-se aos laços estreitos com intelectuais e pesquisadores que atuam nessa mesma área.

A proposta do X Seminário Internacional da Comunicação consiste justamente em debater as repercussões, tanto em nível filosófico quanto sociocultural, das mudanças que as tecnologias de comunicação provocam na cultura e na sociedade contemporâneas. Transformações estas que estão entrelaçadas com os imaginários em circulação. Nesse sentido, nada melhor que a consolidação de uma parceria com o Centro de Estudos do Atual e do Quotidiano, realizando sua jornada anual em Porto Alegre.

O Seminário Internacional do PPGCOM da FAMECOS/PUCRS, atividade que ocorre a cada dois anos, tem por objetivo congregar a comunidade científica, no domínio da comunicação e das ciências humanas, em busca de intercâmbio informativo e de reflexão partilhada. Entende-se que o saber é um produto de práticas coletivas, recebendo o indivíduo estímulo e condições aprimoradas no contato com os seus pares. Em tempos de crise de referenciais, pensar em conjunto significa investir no patrimônio social e valorizar a interatividade.

Link:http://www.pucrs.br/famecos/pos/seminariointernacional/index.php

DIVULGADO EDITAL DE SELEÇÃO DO MESTRADO E DOUTURADO EM COMUNICAÇÃO UFBA

Processo de Seleção
Edital
EDITAL DE SELEÇÃO 2009.1 - MESTRADO / DOUTORADO - download edital em .pdf


1. INSCRIÇÕES

Período: 10/09/2009 até 13/10/2009

Local: Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Faculdade de Comunicação - Av. Barão de Geremoabo, s/nº, Campus de Ondina, CEP 40.170-115 Salvador – Bahia
Segunda a sexta, das 14h às 17h.
Tel.: (71)3283.6193 E-mail: pos-com@ufba.br

As inscrições podem ser presenciais ou a documentação completa pode ser enviada via Correios com postagem até o dia 13/10/2009.
Em qualquer caso, a ausência de qualquer um dos documentos solicitados abaixo desqualificará a inscrição.

Número de Vagas para o curso de Mestrado: 20 e 4 vagas para alunos estrangeiros.

Número de Vagas para o curso de Doutorado: 10 e 2 vagas para alunos estrangeiros.


2. DOCUMENTAÇÃO

Documentos necessários à inscrição para seleção do curso de Mestrado e do curso de Doutorado

a) Ficha de Inscrição devidamente preenchida, que deverá ser solicitada por e-mail (pos-com@ufba.br) ou no site do Programa.
b) 2 cópias dos documentos pessoais: RG, CPF, título de eleitor, certificação de serviço militar ou de dispensa (para homens). - AUTENTICADAS
c) 2 cópias do diploma da Graduação (frente e verso).Para a Inscrição na seleção para o Mestrado é aceito o Certificado de Conclusão de curso. Porém, se o candidato for aprovado, será necessário o Diploma para que seja efetuada a matrícula. - AUTENTICADAS
d) 2 cópias do diploma da última titulação. - AUTENTICADAS
e) 3 cópias do Currículo completo (Currículo Lattes)
f) 3 cópias do projeto de pesquisa (modelo no site do Programa), com indicação da Linha de Pesquisa a qual se vincula.
O projeto deve ter a seguinte estrutura: I) Folha de rosto contendo: a) título; b) curso (mestrado ou doutorado); c) nome completo do candidato; d) linha de pesquisa; e) local e ano; II – Corpus do trabalho, contendo: a) resumo (máximo de uma página); b) Introdução c)objetivos (geral e específicos); d) justificativa; e) referencial teórico; f) procedimentos metodológicos; g) cronograma de trabalho; h) referências
g) 3 cópias do Histórico da Graduação.
h) 1 CD com cópia do projeto de pesquisa, com nome do candidato.
i) 1 foto 3x4 colorida recente (colada na ficha de inscrição).
j) Comprovante de pagamento da taxa de inscrição
Taxa de Inscrição:
O Candidato deverá pagar taxa de inscrição para a Seleção do Mestrado (código 222-2), no valor de R$ 30,00 (trinta reais) através de boleto bancário. O pagamento deve ser feito exclusivamente no Banco do Brasil.
Boleto bancário: selecionar opção “Inscrição para seleção de Cursos de Pós (Mestrado)” no site http://www.sgc.ufba.br/sgcboleto/inscricao_selecao.htm

O Candidato deverá pagar taxa de inscrição para a Seleção do Doutorado (código 223-0), no valor de R$ 40,00 (quarenta reais) através de boleto bancário. O pagamento deve ser feito exclusivamente no Banco do Brasil.
Boleto bancário: selecionar opção “Inscrição para seleção de Cursos de Pós-graduação (Doutorado)” no site http://www.sgc.ufba.br/sgcboleto/inscricao_selecao.htm

Documentos necessários apenas à inscrição para seleção do Doutorado

a) Carta de Aceitação de um dos professores credenciados ao Programa
b) Carta à Coordenação do Programa, informando qual sua opção para o exame de segundo idioma (Francês, Italiano, Alemão).


OBSERVAÇÃO:
As cópias do currículo, do projeto e do histórico da graduação devem ser entregues em 3 encadernações em espiral, com capa transparente, com os documentos na seguinte ordem: 1. Projeto; 2. Currículo; 3. Histórico.
Cópias dos outros documentos, sem encadernação, deverão ser encaminhados em um envelope identificado, lacrado e com o nome
do candidato e indicação do curso (mestrado ou doutorado).
Em qualquer caso, a ausência de qualquer um dos documentos solicitados desqualificará a inscrição.
Não realizaremos: impressões, cópias de documentos, autenticações ou encadernações.

3. SELEÇÃO

Divulgação dos Resultados da Primeira Fase da Seleção (Análise de Projetos): 30/10/2009

Provas de Línguas: 06/11/2009

Entrevistas (Etapa eliminatória): 09/11/2009 a 13/11/2009

Divulgação do Resultado Final: 14/11/2009


3.1 PROCEDIMENTOS DE SELEÇÃO

Exame de proficiência em Língua estrangeira

MESTRADO
Os candidatos devem submeter-se a exame de proficiência em Língua Inglesa (obrigatório e eliminatório).

DOUTORADO
Os candidatos devem submeter-se a exame de proficiência em Inglês (obrigatório e eliminatório) e de outro idioma (não eliminatório) a critério do candidato – Francês, Italiano ou Alemão.
No caso de ser reprovado no exame de proficiência do segundo idioma e de ser aprovado na Seleção, o candidato deverá se submeter a novo exame no prazo máximo de um ano. No ato da inscrição, o candidato deverá informar, por escrito, sua opção para segundo idioma.

ATENÇÃO:
Os candidatos que possuírem certificado de aprovação em exame de Proficiência em Língua Inglesa, há menos de cinco anos, em outro curso reconhecido de Mestrado, poderão apresentar certificado de proficiência (em papel timbrado e autenticado). Certificado emitido por uma instituição credenciada ou por uma Faculdade/Instituto/Departamento de Letras de uma Universidade Federal que poderá isentar de fazer a prova. Esta isenção não é automática e dependerá de parecer da Banca Examinadora.

Processo de seleção (mestrado e doutorado)
Serão considerados desempenho e aptidão do candidato, julgados por comissão de seleção específica para cada curso, através dos seguintes instrumentos:

a) análise do projeto de pesquisa vinculado à Área de Concentração do Programa – Comunicação e Cultura Contemporâneas - e associado a uma das Linhas de Pesquisa – Cibercultura, Análise de Produtos e Linguagens da Cultura Mediática ou Comunicação e Política.
b) Avaliação do Currículo.
c) Entrevista a respeito do projeto de pesquisa

4. INFORMAÇÕES ADICIONAIS

4.1. Todos os candidatos não aprovados no Mestrado ou no Doutorado poderão ter os seus documentos restituídos a partir do dia 10 de dezembro a 10 de fevereiro de 2010. Após este período, a documentação será descartada;
4.2. Após aprovadas pelo Colegiado do Programa, não haverá revisão das decisões emitidas pela Banca Examinadora;
4.3. A inscrição do candidato (mestrado e doutorado) implica na aceitação das
normas contidas neste edital para o processo de seleção;
4.4. Não serão aceitas inscrições com documentação incompleta;
4.5. Todos os casos não contemplados no presente Edital deverão ser avaliados pela Banca Examinadora ou pelo Colegiado do Programa;
4.6. A inscrição em cada Linha de Pesquisa ficará a critério dos candidatos, respeitando sempre a compatibilidade dos seus temas de pesquisa, de acordo com as ementas abaixo:

Linha de Pesquisa: Análise de Produtos e Linguagens da Cultura Mediática
Exame, elaboração e/ou aplicação de metodologias para a análise de configurações expressivas (obras, produtos, linguagens) da cultura e da comunicação mediáticas e/ou para a análise da interpretação de tais configurações expressivas pela recepção.

Linha de Pesquisa: Cibercultura
Análise das formas mediáticas surgidas da convergência da informática e das telecomunicações. Visa compreender os novos meios digitais emergentes no que se refere às diversas formações socioculturais on-line, às novas práticas e formatos jornalísticos e o atual fenômeno técnico-mediático em sua interface com a atividade política. O campo da Cibercultura agrega estudos sobre os impactos comunicacionais das tecnologias de informação e comunicação no mundo contemporâneo.

Linha de Pesquisa: Comunicação e Política
A linha congrega pesquisas que buscam compreender as interfaces contemporâneas entre meios, recursos e linguagens da comunicação e os agentes, instituições e recursos da política, em dimensão teórica e analítica.
Por comunicação entendem-se, aqui, os meios, os recursos, os dispositivos, as linguagens, o sistema de agentes e os campos sociais relacionados à comunicação, enquanto, por outro lado, a política é compreendida seja nos seus aspectos mais procedimentais, como sistemas de práticas e de representações, seja nas suas dimensões mais substantivas, na forma do Estado ou das instituições políticas.

ATENÇÃO:
 A inscrição do candidato (mestrado e doutorado) implica na aceitação das normas e instruções para o processo de seleção, contidas neste edital, e nos comunicados que vierem a ser tornados públicos através do site do Programa ou por órgãos competentes da UFBA;
 . Os candidatos deverão exibir, sempre que solicitados, os originais dos documentos apresentados por meio de cópias;
 Os candidatos que realizarem inscrição pelos correios deverão exibir cópia de todo o material enviado sempre que solicitados;
 Não serão aceitas inscrições com documentação incompleta ou sem autenticação;
 Todos os casos não contemplados no presente Edital serão resolvidos pela Banca Examinadora ou pelo Colegiado do Programa.


Aprovado pela reunião do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas em 31 de agosto de 2009, com a ressalva de que datas poderão ser alteradas em virtude de caso fortuito ou força maior.







Resultados
Cronograma de divulgação dos resultados, segundo o Edital:

Divulgação dos Resultados da Primeira Fase da Seleção (Análise de Projetos): 30/10/2009
Provas de Línguas: 06/11/2009
Entrevistas (Etapa eliminatória): 09/11/2009 a 13/11/2009
Divulgação do Resultado Final: 14/11/2009






Documentos
Verificar a documentação necessária para a seleção no Edital - edital.pdf



Modelo de projeto
Poscom-Modelo_de_projeto-MODELO_DE_PROJETO.pdf

Estudante estrangeiro
Número de Vagas para para estudantes estrangeiros:
Mestrado: 4 vagas
Doutorado: 2 vagas

Mais informações sobre ingresso de Estudantes Estrangeiros em Sobre o programa/procedimentos



Ficha de inscrição
Poscom-Ficha_de_Inscricao-FichInscSelecaoMestDout2010.doc

Acesse aqui

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ESTUDO DE CASO

"Case Study Research: design and methods" Robert K. Yin
Tradução e síntese: Prof. Ricardo Lopes Pinto
Adaptação: Prof. Gilberto de Andrade Martins


As estratégias de pesquisa em Ciências Sociais podem ser: experimental; survey (levantamento); histórica; análise de informações de arquivos (documental) e estudo de caso. Cada uma dessas estratégias pode ser usada para propósitos: exploratório; descritivo; explanatório (causal). Isto significa que o estudo de caso poderá ser: exploratório; descritivo ou explanatório (causal). Sendo mais freqüente os estudos de caso com propósitos exploratório e descritivo.

A estratégia de pesquisa dependerá do tipo de questão da pesquisa; grau de controle que o investigador tem sobre os eventos; ou o foco temporal (eventos contemporâneos X fenômenos históricos).

O Estudo de Caso é preferido quando: o tipo de questão de pesquisa é da forma “como” e por quê ?; quando o controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido; ou quando o foco temporal está em fenômenos contemporâneos dentro do contexto de vida real.

O Estudo de Caso explanatório (causal) pode ser complementado por Estudo de Caso descritivo ou exploratório.

A necessidade de se utilizar a estratégia de pesquisa “Estudo de Caso” deve nascer do desejo de entender um fenômeno social complexo.


Geralmente, quando a pergunta de pesquisa é da forma “como?” ou “por quê? As estratégias poderão ser: estudo de caso, pesquisa histórica ou experimental.

Argumentos mais comuns dos críticos do Estudo de Caso:

· Falta de rigor

· Influência do investigador – falsas evidências, visões viesadas.

· Fornece pouquíssima base para generalizações

· São muito extensos e demandam muito tempo para serem concluídos

Respostas às críticas:

· Há maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do estudo;

· O que se procura generalizar são proposições teóricas (modelos) e não proposições sobre populações. Nesse sentido os Estudos de Casos Múltiplos e/ou as replicações de um Estudo de Caso com outras amostras podem indicar o grau de generalização de proposições.

· Nem sempre é necessário recorrer a técnicas de coleta de dados que consomem tanto tempo. Além disso, a apresentação do documento não precisa ser uma enfadonha narrativa detalhada.

A essência de um Estudo de Caso, ou a tendência central de todos os tipos de Estudo de Caso é que eles tentam esclarecer “uma decisão ou um conjunto de decisões: por que elas foram tomadas ? como elas foram implementadas? e, quais os resultados alcançados?

Um Estudo de Caso é uma pesquisa empírica que:

· Investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real;

· As fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes;

· Múltiplas fontes de evidências são utilizadas.

Aplicações do Estudo de Caso:

· Explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida real que são complexas demais para tratamento através de estratégias experimentais ou de levantamento de dados;

· Descrever um contexto de vida real no qual uma intervenção ocorreu;

· Avaliar uma intervenção em curso e modificá-la com base em um Estudo de Caso ilustrativo;

· Explorar aquelas situações nas quais a intervenção não tem clareza no conjunto de resultados.

Componentes do “design da pesquisa”

· Uma questão de estudo do tipo: como? e/ou por quê?

· Proposições orientadoras do estudo, enunciadas a partir de questões secundárias;

· Unidade de análise: indivíduo? organização? setor? ...

· Estabelecer a lógica que ligará os dados às proposições do estudo;

· Critérios para interpretar os achados – referencial teórico e categorias

Não se deve confundir “generalização analítica” – própria do Estudo de Caso – com “generalização estatística”. O que se generaliza, no Estudo de Caso, são os aspectos do ‘modelo teórico encontrado’. O caso não é um elemento amostral.

Critérios para julgar a qualidade do “design” da pesquisa através de testes lógicos:

Validade de constructo: estabelecer definições conceituais e operacionais dos principais termos e variáveis do estudo para que se saiba exatamente o que se quer estudar – medir ou descrever. O teste é realizado através a busca de múltiplas fontes de evidência para uma mesma variável.

Validade Interna: estabelecer o relacionamento causal que explique que em determinadas condições (causas) levam a outras situações (efeitos). Deve-se testar a coerência interna entre as proposições iniciais, desenvolvimento e resultados encontrados.

Validade Externa: estabelecer o domínio sobre o qual as descobertas podem ser generalizadas. Deve-se testar a coerência entre os achados do estudo e resultados de outras investigações assemelhadas.

Confiabilidade: mostrar que o estudo pode ser repetido obtendo-se resultados assemelhados. O protocolo do Estudo de Caso e a base de dados do estudo são fundamentais para os testes que indicam confiabilidade.

Sobre a preparação para a condução de um Estudo de Caso:

Treinamento do investigador para assegurar que ele tenha as habilidades desejadas para extrair do caso as informações relevantes através de procedimentos fortemente baseados na percepção e na capacidade analítica. São características desejáveis: ser capaz de formular boas questões e de interpretar as respostas. Ser bom ouvinte e não ficar prisioneiro de seus preconceitos. Ser adaptativo e flexível sem perder o rigor – não ter receio, se necessário, escolher outros casos, coletar outras informações, ou decidir refazer o “design”. Ter grande conhecimento sobre os assuntos que estão sendo estudados – como a coleta e a análise ocorrem ao mesmo tempo ele atua como um detetive que trabalha com evidências convergentes e inferências. O investigador deve ter uma postura de neutralidade para evitar a introdução de vieses ou de noções pré-concebidas, para tanto, sempre que possível deve documentar os dados coletados.

O protocolo do Estudo de Caso é mais que um instrumento pois contém os procedimentos e as regras gerais que deverão ser seguidas. A função do protocolo é a de aumentar a confiabilidade da pesquisa ao servir como guia ao investigador ao longo das atividades do estudo. O protocolo deve ser composto das seguintes seções:

Visão geral do projeto de Estudo de Caso: deve apresentar, de forma sumária, informações sobre o “background” teórico que sustenta o estudo. Deve também apresentar um documento que possa informar aos entrevistadores (e/ou à organização na qual se pretende fazer a coleta de dados) quais são os objetivos da pesquisa, e suas questões orientadoras iniciais.

Como os dados são coletados sob condições de ambiente não controlado, isto é: em contexto real, é o investigador que deve adaptar seu plano de coleta de dados e informações à disponibilidade dos entrevistados. Em outras palavras, é o entrevistador que deve se introduzir no mundo do objeto, e não o contrário, como ocorre com estratégias de pesquisa em ambiente controlado. Isso significa que o comportamento do pesquisador pode sofrer restrições. Por isso, é importante Ter em mente que não se poderá contar com instrumentos rígidos (tipo questionário com questões de múltipla escolha). Pelo contrário, o mais indicado é formular diretrizes sobre o comportamento do investigador em campo. Sendo assim , sugere-se que sejam enfatizadas as seguintes tarefas nos procedimentos de campo:

· Conseguir acesso à organização-chave e/ou aos entrevistados-chave;

· Munir-se de recursos suficientes para o trabalho em campo (material, local p/ anotações etc.)

· Desenvolver um procedimento para receber ajuda ou orientação de outros investigadores;

· Criar um cronograma relacionando as atividade de coleta de dados em períodos específicos de tempo;

· Preparar-se para a ocorrência de eventos inesperados (mudança na disponibilidade dos entrevistados etc.).

O coração do protocolo consiste em um conjunto de questões que refletem as necessidades da pesquisa. Essas questões diferem daquelas formuladas para um survey (levantamento) por duas razões:

As questões são formuladas para o investigador e não para os respondentes;
Cada questão deve vir acompanhada por uma lista de prováveis fontes de evidência. Essas fontes podem incluir entrevistas individuais, documentos ou observações. A associação entre questões e fontes de evidência é extremamente útil na coleta de dados.

Em casos múltiplos as questões serão as mesmas para cada caso. No protocolo é indicado o formato do relatório final. Não há um formato único para relatório de Estudo de Caso. O que deve orientá-lo é o grau de facilidade de entendimento e compreensão do leitor.

Quando possível podem ser realizados estudos de casos-piloto que, evidentemente oferecem melhores condições quando da realização do Estudo de Caso propriamente dito.

Fontes de evidências

Documentos: a pesquisa documental deve constar do plano de coleta de dados. Cartas, memorandos, comunicados, agendas, planos, propostas, relatórios, cronogramas, jornais internos etc. O material coletado e analisado é utilizado para corroborar evidências de outras fontes e/ou acrescentar informações. É preciso Ter em mente que nem sempre os documentos retratam a realidade. Por isso, é importantíssimo tentar extrair das situações as razões pelas quais os documentos foram criados. Os documentos podem fornecer “pistas” sobre outros elementos. Como geralmente a pesquisa documental pode ser feita de acordo com a conveniência do pesquisador (ao contrário do que ocorre com a entrevista) é aconselhável que o pesquisador se prepare para aproveitar os “gaps” entre entrevistas para fazê-la.

Registros em arquivos é outra fonte de evidências. As entrevistas constituem a principal fonte de evidência de um Estudo de Caso. Trata-se de relato verbal sujeito a problemas de viés, recuperação de informações e/ou de articulação imprecisa. Quando possível usar gravador. Há três tipos de entrevistas: aberta – para extrair fatos; opiniões, “insights”; focada – perguntas previamente formuladas. Servem para corroborar o que o investigador pensa a respeito de determinada situação. A terceira maneira de condução de uma entrevista é a estruturada – perguntas pré-formuladas com respostas fechadas.

Além dos instrumentos já enunciados para evidenciar a realidade que se deseja estudar tem-se a observação direta; observação participante e também o uso de artefatos físicos.

Três princípios para coleta de dados:

a) Usar múltiplas fontes de evidência

O uso de múltiplas fontes de evidência permite o desenvolvimento da investigação em várias frentes – investigar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e descobertas ficam mais convincentes e apuradas já que advém de um conjunto de corroborações. Além disso os potenciais problemas de validade de constructo são atendidos, pois os achados, nestas condições, são validados através várias fontes de evidência.

b) Construir, ao longo do estudo, uma base de dados

Embora em Estudo de Caso a separação entre a base de dados e o relato não sejam comumente encontrada, sugere-se que essa separação acontece para se garantir a confiabilidade do estudo, uma vez que os dados encontrados ao longo do estudo são armazenados, possibilitando o acesso de outros investigadores. Os registros podem se dar através: notas, documentos, tabulações e narrativas (interpretações e descrições dos eventos observados, registrados...).

c) Formar uma cadeia de evidências

Construir uma cadeia de evidências consiste em configurar o estudo de caso de tal modo que se consiga levar o leitor a perceber a apresentação das evidências que legitimam o estudo desde as questões de pesquisa até as conclusões finais. Assim como em um processo judicial, o relato do Estudo de Caso também deve assegurar que cada evidência apresentada foi coletada na “cena do crime”. Além disso, deve deixar claro que outras evidências não forma ignoradas e que aquelas que forma apresentadas não estão maculadas por vieses.

Análise das evidências

A análise das evidências é o menos desenvolvido e mais difícil aspecto da condução de um Estudo de Caso. O sucesso depende muito da experiência, perseverança e do raciocínio crítico do investigador para construir descrições, interpretações que possibilitem a extração cuidadosa das conclusões. Um tratamento – organização e tabulação dos dados ajuda a análise. Mais importante nesta fase é Ter-se definida uma estratégia analítica geral já que isso significa tratar imparcialmente as evidências, extrair conclusões analíticas e apresentar interpretações e descrições alternativas. O papel da estratégia geral é ajudar o investigador a escolher entre diferentes técnicas e a completar com sucesso a fase analítica da pesquisa. Há duas maneiras de se formatar a estratégia geral: basear-se nas proposições teóricas – referencial teórico – ou desenvolver uma criativa descrição do caso.

Basear-se em proposições teóricas é a forma mais comum para se analisar as evidências de um caso. Os objetivos e o “design” inciais do estudo presumivelmente foram baseados sobre essas proposições, as quais refletem um conjunto de questões de pesquisa, revisões da literatura e novos “insigts”. De fato, como as proposições de certa forma modelam o plano de coleta de dados deve-se dar prioridade a essa estratégia geral. Sendo assim, as proposições podem fornecer a orientação teórica que direcionará a análise do estudo. Isso ajuda a focalizar a atenção sobre certos dados e a ignorar outros, além de auxiliar a organizar o estudo como um todo e a definir explanções alternativas a serem examinadas – proposições teóricas sobre relações causais – perguntas do tipo “como?” “por quê?” – podem ser úteis para direcionar a análise do estudo de caso.
A estratégia de descrição é menos preferível, servindo de alternativa quando não se tem um referencial teórico. Buscam-se identificar ‘links” causais entre variáveis e eventos observados, e/ou registrados quando do levantamento de campo. A descrição está para uma avaliação qualitativa assim como a mensuração para uma avaliação quantitativa.

A construção ou o uso de ‘categorias’ deve ser buscado em qualquer das duas alternativas de análise apresentadas acima. Análises orientadas por categorias já testadas em outros estudos, ou teoricamente fundamentadas oferecem qualidade ao trabalho.

A busca da explicação deve ser intensa durante todo o processo de condução do estudo. Afinal, a categoria mais importante, ao lodo do caráter preditivo dos achados pelo método científico, é a explicação. Para explicar um fenômeno deve-se especificar um conjunto de ‘links’ causais.

Composição do relato do Estudo de Caso

A redação do caso exige muito esforço e habilidade de redigir. Um bom relato começa a ser composto antes da coleta de dados – na verdade, várias decisões envolvendo a redação do devem ser tomadas nas fases anteriores para que se aumente as chances de produção de um estudo de qualidade. Como já dito anteriormente o formato do relatório advindo do Estudo de Caso – monografia, dissertação etc. – não carece de ser apresentado do modo tradicional: introdução, questão de pesquisa, objetivo, hipótese, revisão da bibliografia., metodologia, análise dos resultados e conclusões. Não há um formato único. O estilo de se construir o relatório dependerá da criatividade e engenhosidade do autor.

O que faz um Estudo de Caso exemplar ?

Um Estudo de Caso exemplar exige o emprego dos procedimentos metodológicos já descritos anteriormente (protocolo do estudo; construção de uma cadeia de evidência; estabelecimento de base de dados etc.). Entretanto, isso é condição necessária porém não suficiente para o sucesso. Além disso, é necessário também conseguir que as características descritas a seguir estejam presentes no relatório final:

O Estudo de Caso deve ser significativo

Evidentemente, se o investigador só tem acesso a poucos locais para coleta de dados e/ou conta com recursos muito limitados as chances de que ele consiga fazer um estudo exemplar são mínimas.

Um trabalho exemplar é aquele em que; os casos individuais são raros e de interesse público geral e/ou os assuntos subjacentes são nacionalmente importantes – em termos teórico político ou prático.

Um modo de evitar a escolha de casos desfavoráveis a um bom trabalho é descrever, antes da escolha, detalhes sobre a contribuição a ser feita na hipótese do estudo ser terminado. Se nenhuma resposta satisfatória for encontrada deve-se reconsiderar a escolha feita.

O Estudo de Caso tem que ser completo

Um Estudo de Caso completo pode ser caracterizado em ano menos três modos:
Quanto às fronteiras – o Estudo de Caso completo é aquele em que as fronteiras – isto é, a distinção entre o fenômeno estudado e seu contexto – são definidas. A melhor forma de fazer isso é mostrar, através de argumentos lógicos e da apresentação de evidências, que a periferia analítica foi alcançada (ou seja, que a relevância da informação vai diminuindo rumo aos limites definidos como fronteira).

Quanto à coleção de evidências; um Estudo de Caso completo deve demonstrar de modo convincente que o investigador gastou exaustivos esforços na coleta de evidência relevante. A meta é convencer o leitor de que muito pouca evidência relevante escapou da investigação.

Quanto ao tempo e aos recursos necessários: um Estudo de Caso não estará completo se terminar apenas porque acabaram-se os recursos ou porque o tempo disponível esgotou-se. É necessário fazer uma boa previsão na fase do “design” para evitar falta de tempo e recursos.

O Estudo de Caso tem que considerar perspectivas alternativas

Para Estudos de Casos explanatórios, uma valiosa abordagem é a consideração de proposições rivais e a análise de evidência em termos dessas proposições. Para Estudos de Caso explanatórios ou descritivos, o exame das evidências de diferentes perspectivas irá aumentar as chances de que o estudo seja exemplar. As diferentes visões teóricas sobre determinado fenômeno constituem a orientação para discussões sobre aceitação ou rejeição de perspectivas alternativas.

O Estudo de Caso tem que mostrar suficientes evidências

O Estudo de Caso tem que ser composto de maneira a engajar o leitor.

Fonte:www.focca.com.br/cac/textocac/Estudo_Caso.htm

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

INFORMAÇÕES SOBRE A PROFESSORA INÊS VITORINO

Inês Vitorino Sampaio

UFC – Universidade Federal do Ceará

É doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com participação em um programa de Doutorado Sandwiche no Institut für Publizistik- und Kommunikationswissenschaft da Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha). É professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) e colaboradora do Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordena o GRIM - Grupo de Pesquisa das Relações Infância, Adolescência e Mídia (CNPq) e é autora do livro Televisão, Publicidade e Infância, além de vários artigos em revistas e periódicos nacionais e internacionais.

Fonte:Site da Andi


Grupo de pesquisa que atua

Segundo o Cnpq:"O GRIM reune pesquisadores cujos estudos têm tematizado, nos últimos anos, aspectos diversos da relação infância , adolescência e comunicação. A formalizacao deste Grupo permite consolidar uma prática informal de articulação entre pesquisadores da Universidade Federal do Ceará(UFC) e Universidade de Fortaleza(UNIFOR) e integrar novos interessados na pesquisa nesse campo. É seu propósito aprofundar referenciais teórico-metodológicos que permitam compreender os processos comunicativos contemporâneos, especialmente no campo da comunicacao midiática, a partir do foco na Criança e no Adolescente. Nestes três anos, o GRIM foi agraciado com 02 (duas) bolsas PIBIC-UFC e uma bolsa CAPES, nível Mestrado. Além disso, uma estudante do grupo, com base em uma seleção nacional de projetos, foi contemplada como uma bolsa da ANDI/Instituto Alana para elaboração de trabalho de conclusão de curso sobre a Publicidade dirigida à Criança e ao Adolescente. Neste campo da relação da criança e do adolescente com a Comunicação, gerou 05 (cinco) monografias de conclusão de curso. O GRIM tem se voltado nos últimos anos, de modo especial, à discussão da Classificação Indicativa na TV. A pesquisa "Leituras da Criança e do Adolescente sobre a Classificação Indicativa e o Sistema de Classificação Etária" em andamento conta com apoio do CNPq, nos termos do Edital MCT/CNPq 02/2006 Na figura de sua coordenadora, o GRIM se fez representar no I Colóquio Nacional sobre a Classificação Indicativa na TV, além de integrar o corpo de autores do livro "Classificação Indicativa: o diálogo entre a teoria e a prática", a convite do Ministério da Justiça. Artigos tratando desta temática foram, ainda, apresentados no Lusocom em 2006, no Intercom e na VI Bienal Iberoamericana de Comunicaçâo em 2007 e na ALAIC em 2008."

Linha de Pesquisa que atua:Mídia e Práticas Sócio-culturais

De acordo com o Cnpq:"visa pesquisar as práticas sócio-culturais em suas relações com as mídias nas sociedades contemporâneas, tendo em vista as condições e formas a partir das quais os agentes definem suas práticas na relação cotidiana com o sistema das mídias e suas formas simbólicas."

Fonte:Sobre linha de pesquisa e grupo de atuação,os textos foram extraídos do Cnpq

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

INFORMAÇÕES SOBRE O FILME DEUS QUEBRADOS

por Luiz Zanin

"Com a apresentação de Os Deuses Quebrados, do cubano Ernesto Daranas, prosseguiu a mostra competitiva ibero-americana do 19° Cine Ceará. A idéia de base é mesclar um tom de documentário com o de ficção ao abordar um curioso fato histórico da cultura cubana, conforme explicou em entrevista o diretor. Trata-se da história de um cafetão, Yarini, lendário nos bordéis de Havana no início do século 20. Como a prostituição era explorada na época por estrangeiros, franceses em especial, Yariani ganhou uma surpreendente notoriedade, exacerbando sentimentos nacionalistas no basfond da capital. Era o rei de San Isidro, bairro popular de onde o diretor Daranas é também originário.

Ao invés de fazer um documentário sobre Yarini, Daranas prefere o caminho da ficção. Cria o personagem de Laura, uma professora universitária que defende tese sobre Yarini e, para fazer o trabalho de campo, passa a conviver com os personagens atuais da cena onde o antigo cafetão brilhou. Conhece prostitutas e proxenetas e acaba se envolvendo com um deles, o melífluo Alberto (Carlos Ever Fonseca), amante de Sandra (Annia Bú), que também está envolvida com o rei da Boca atual, Rosendo (Hector Noas). A investigação transforma-se assim, num duelo de ciúme e paixão, que acaba por vitimar várias pessoas, entre as quais a própria pesquisadora. “Em geral esse tipo de assunto é visto sob ótica sociológica e política e eu acho que isso acaba empobrecendo a análise”, diz. De qualquer forma, parece que Daranas conseguiu tocar o coração popular – pelo menos em Cuba, onde ganhou o Prêmio do Júri popular no Festival de Havana.

Em meio a cenas tórridas com a escultural Annia Bú, o filme apresenta uma estética meio esquisita, com trilha sonora onipresente, cortes bruscos e uma certa vocação para o videoclipe em certas passagens. Nota-se que Daranas tentou mesmo fazer um filme popular, e não raro cai no popularesco. Falta depuração, sobriedade nos movimentos de câmera. Tudo é derramado, mas se sente que esse descontrole não está a serviço da linguagem mas aparece mais como carência. Muito melhor representante de Cuba seria O Corno da Abundância, de Juan Carlos Tabío, que passou no Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo."

Fonte:Agência Estado

DICA ACADÊMICA

Quem informa para gente é o jornalista Ricardo Moura,via twiiter:

"UECE: Seminário Políticas de Segurança Pública - as Instituições em Revista. Nesta quinta, 14h, auditório Paulo Petrola, na Reitoria."

Detalhes sobre o livro "Os Limites da Interpretação",de Umberto Eco

Sinopse
Estes ensaios viajam entre a crítica da tradição hermética, os alquimistas a Guénon, a exploração das interpretações mais incontroladas de Dante, Leopardi, ou Joyce, as confissões pessoais do autor como leitor dos intérpretes de O Nome da Rosa e de O Pêndulo de Foucault, até às situações limite em que, perante duas Giocondas, se trata de estabelecer qual é a autêntica. Os ensaios discutem os limites da interpretação, os casos de excessivo dispêndio de energia interpretativa, e os critérios de uma economia da literatura.
Ataque polémico a muitas (embora não todas) práticas de "desconstrução", o livro poderá ser entendido como uma inversão de marcha em relação a Obra Aberta em que, há trinta anos, se privilegiava provocatória e pioneiramente a recepção e a interpretação. Mas Obra Aberta já insistia numa dialética entre a iniciativa do intérprete e a fidelidade à obra, enquanto hoje se dá um crédito excessivo à liberdade incontrolada do intérprete. Trata-se, portanto, de restabelecer uma tensão entre a intenção do leitor e a intenção da obra (enquanto a intenção do autor permanece fantasmática e inatingível).
O princípio da semiose ilimitada (objecto das investigações de Eco do Tratado de Semiótica Geral a Lector in Fabula e Semiótica e Filosofia da Linguagem) não é a celebração de uma deriva incontrolável do sentido, mas sim condições de acordos, embora provisórios e falíveis, por parte de uma comunidade de intérpretes que respeitam a coerência semântica de uma obra. Se as interpretações de um texto podem ser infinitas, isto não significa que todas sejam "boas". E se não se pode decidir quais são as "boas", contudo é possível dizer quais são as inaceitáveis.

Fonte:Site Wook

RESUMO DO LIVRO: A Interpretação das Culturas,de Clifford Geertz

Este livro consiste na apresentação de um trabalho antropológico de Clifford Geertz, desenvolvido sob a égide da perspectiva teórica do(interacionismo simbólico. Neste sentido, cabe indicar que o referido livro de Clifford Geertz se dedica a realizar uma análise antropológica das dimensões culturais da política, da religião e dos costumes sociais. Para realizar tal análise, Geertz se apóia em vários exemplos, que vão desde a etnografia da briga de galos Balinense, até a análise dos sistemas de casamento em parentesco europeus medievais. No âmbito destes estudos, percebe que ,como estrutura estruturante na organização das sociedades está a cultura, cabe mencionar que o autor indica que esta pode ser definida como um sistema cultural de organização (e controle) das coletividades, sistema este pautado em um mecanismo de apreensão do poder por meio da posse dos signos de poder (por parte dos que controlam as altas esferas sociais) e da submissão dos membros de uma comunidade política a tais signos. Para que esta submissão ocorra, a cultura é a mediação entre o poder e o objeto de sua ação, isto é possível, pelo fato de que, segundo Geertz, na Antropologia o conceito de cultura sofre uma revisão e passa a ser visto como: ?um padrão de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos e materializado em comportamentos?. Complementar a esta noção, está a idéia de que as imagens públicas do comportamento (cultural) são vistas como os mais eficazes elementos do controle social. Deste modo, a cultura é em parte controladora do comportamento em sociedade e, o mesmo tempo cria e recria este comportamento, devido ao seu conteúdo ideológico, impossível de ser esvaziado de significado, já que toda cultura possui uma ideologia que o embasa, pois para o autor a ideologia é apresentada como a dimensão norteadora/justificativa do ?arbitrário cultural? (os princípios que são aceitos pelo senso comum como indiscutíveis, e que definem o que é valorizado ou desvalorizado em termos comportamentais em determinado grupo humano), sendo este arbitrário cultural o elemento mediador da apreensão dos signos e significados presentes em uma cultura. Devido à perspectiva explicitada acima, o autor desenvolve um método a partir do qual a pesquisa antropológica começa levando em conta nossas próprias percepções, problematizadas como parte da ?vigilância epistemológica? (termo criado por Gaston Bachelard para designar o cuidado que o pesquisador deve ter para não se deixar influenciar por suas próprias opiniões, crenças e percepções a respeito do objeto de pesquisa). A esse respeito, cabe informar que Geertz, com vistas a superar os métodos analíticos anteriores baseados em uma análise cultural pautada em uma espécie de adivinhação de significados (como, por exemplo o empregado por Malinowski), o autor se dedica a desenvolver uma Fenomenologia da Cultura. Tal método seria utilizado para analisar e descrever a estrutura significativa da cultura a partir do estudo da percepção dos indivíduos nela presentes. Para tanto, o autor indica que o essencial é anotar e interpretar o discurso social. Excelente livro para todos os que se dedicam a estudar a antropologia cultural, pois é uma obra que além de servir como introdutória, situa o leitor no âmago de alguns dos debates mais candentes do campo em questão.

Fonte:Site Netsaber

Método Fenomenológico

Fenomenologia


Surgiu como uma reação ao idealismo, ao positivismo e ao psicologismo vigentes no final do século XIX.


Principais Teóricos:

Edmund Hurssel (pai da fenomenologia);
Martin Heidgger;
Merleau-Ponty;
Alfred Schutz;
Sartre.



2 – O que é?


É o estudo das “essências”.

Propõe descrever o fenômeno, voltando-se para as coisas como elas se manifestam.

Busca compreender o ser humano e se volta para “experiências vividas”, cujo pano de fundo é o dia-a-dia, ou seja, o mundo, o cotidiano.


A Intencionalidade:
A fenomenologia tem por idéia fundamental, básica, a intencionalidade da consciência, entendida como a direção da consciência para compreender o mundo.


Mediante a intencionalidade da consciência todos os atos, gestos, hábitos e qualquer ação humana têm um significado.


3 – O Pesquisador:

O pesquisador não formula hipóteses sobre o que busca mas, procura ver o fenômeno tal como ele se mostra em termos de significados relacionais, na dinâmica da vida da pessoa e em seu mundo existencial.

Ele deve ter uma “atitude fenomenológica”, que lhe permite abertura para viver a experiência na sua totalidade, tentando isolar todo e qualquer julgamento que interfira na sua abertura para a descrição.



4 – Trajetória Metodológica:

Descrição fenomenológica: é o momento resultante da relação dos sujeitos pesquisados com o pesquisador. Deve retratar e expressar a experiência consciente do sujeito.
Redução fenomenológica: é o momento em que são captadas as partes da descrição que são consideradas essenciais e aquelas que não são, por meio da variação imaginativa.
Compreensão/Interpretação fenomenológica: trata-se de interpretar o que foi descrito, de descobrir o sentido da existência.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ATENÇÃO TURMA!!! NÃO TEREMOS AULA NESTA TERÇA(21)

Avisando que amanha não haverá aula.
A sra Regina mandou avisar a turma.
Por favor, ajudem a avisar as pessoas que não estão na lista.

O recado foi transmitido pelo Elithiel.

domingo, 14 de junho de 2009

Resumo do Livro "Em Busca da Política"

BAUMAN, Zygmunt. Em busca da Política. Tradução Marcus Penchet. Jorge Zahar: Rio de Janeiro, 2000.

"O livro “Em busca da política”, começa com um tema interessante dizendo que As crenças não precisam ser coerentes para que se acredite nelas. E as que costumam ter crédito hoje – nossas crenças – não são exceção (Bauman, p. 09). É interessante observar no texto,a questão da liberdade na “nossaparte” do mundo e o sentimento de força que nós temos em relação ao mundo, chega a um ponto que esmorece a nossa vontade de lutar, sendo também apresentada no texto toda a importância da liberdade individual que se assegura na coletividade. O texto nos apresenta duas crenças em relação à liberdade no mundo: À vontade de lutar e a perda da vontade de lutar. O mundo Contemporâneo carrega um grande problema que estagna as relações sociais que é o “individualismo ou autocentrismo” (Hunter, p, 93). A palavra liberdade tem muitos sentidos, mas estas diferenças não devem permitir que as nossas crenças se tornem inexistênciais diante das nossas ações no mundo. Pois, aquilo que acreditamos só concretiza-se quando cremos. Viver neste mundo é saber que ele é contraditório, mas mesmo vivendo em meio a esta realidade não ficamos preocupados com isso. É neste ponto que se observa o nosso desinteresse em torno dos acontecimentos do dia-dia como: mortes, mensalões e roubos. O saber pode ser usado de forma “cínica”: sendo o mundo o que é, pensemos numa estratégia que permitirá utilizar a sua regras para tirar o máximo de vantagem; quer o mundo seja justo ou injusto, agradável ou não, isso não vêm ao caso (Bauman, p. 10). Com o conhecimento, mulheres e homens que são livres, em alguns momentos podem ter a possibilidade de exercer a sua liberdade, pois, sem conhecimento a pessoa não sabe discernir com sabedoria aquilo que está acontecendo na realidade mundial, ou seja, não aguça o seu senso crítico. Um dos pontos mais importantes comentados no texto é a parte que apresenta a impotência coletiva no momento em que a vida pública e privada são destruídas; neste ponto podemos observar a questão da liberdade individual, que é enfraquecida no momento em que “o estado no contrato normatiza toda a conduta humana”. No contexto político é muito interessante ser aplicado no juizo comum, pois, a capacidade do público ocupar o lugar privado é cada vez mais complicado. O público é uma forte referência ao estado, enquanto o privado é o direito pessoal que cada ser possui dentro da capacidade que lhe é conferida."

Fonte:Blog Shovoong

Vida para consumo – Zygmunt Bauman

A “subjetividade” dos consumidores é feita de opções de compra – opções assumidas pelo sujeito e seus potenciais compradores; sua descrição adquire a forma de uma lista de compras. O que se supõe ser a materialização da verdade interior do self é uma idealização dos traços materiais – “objetificados” das escolhas do consumidor.

Pode se dizer que o “consumismo” é um tipo de arranjo social resultante da reciclagem de vontades, desejos e anseios humano rotineiros, permanentes e, por assim dizer, ” neutros quanto ao regime” transformando-os na principal força propulsora e operativa da sociedade, uma força que coordena a reprodução sistêmica, a integração e a estratificação sociais, além da formação de indivíduos humanos,desempenhando ao mesmo tempo um papel nos processos de auto- identificação individual e do grupo, assim como na seleção de execução de políticas de vida individuais. O “consumismo” chega quando o consumo assume o papel-chave que na sociedade dos produtores era exercido pelo trabalho.

Stephen Bertman cunhou os termos “cultura agorista” e “cultura apressada” para denotar a maneira como vivemos em nosso tipo de sociedade. Podemos dizer que o consumismo líquido-moderno é notável, mais que por qualquer outra coisa, pela (até agora singular) renegociação do significado do tempo.

Tal como experimentado por seus membros, o tempo na sociedade moderna não é cíclico nem linear como costumava ser para os membros de outras sociedades. Em vez disso para usar a metáfora de Michael Maffesoli, ele é “pontilhista”, um tempo pontuado, marcado (senão mais) pela profusão de rupturas e descontinuidades,…A vida, seja individual ou social, não passa de uma sucessão de presentes, uma coleção de momentos experimentados em intensidades variadas.

A vida ‘agorista” tende a ser “apressada”. A oportunidade que cada ponto pode conter vai segui-lo até o túmulo; para aquela oportunidade não haverá “segunda chance”. Cada ponto pode ter sido vivido como um começo total e verdadeiramente novo, mas se não houve um rápido e determindado estímulo à ação instantânea, a cortina pode ter caído logo após o começo do ato, com pouca coisa acontecendo no intervalo. A demora é o serial killer das oportunidades.

Sim, é verdade que na vida “agorista” dos cidadãos da era consumista o motivo da pressa, é em parte, o impulso de adquirir e juntar. Mas o motivo que torna a pressa de fato imperativa é a necessidade de descartar e substituir.

Como calculou Ignacio Ramonet, nos últimos 30 anos se produziu mais informação no mundo do que nos 5.000 anos anteriores: “Um único exemplar da edição dominical do New York Times contém mais informação do que seria consumida por uma pessoa culta do século XVIII durante toda a vida.”

“Há informação demais por aí”, conclui Eriksen. ” Uma habilidade fundamental na sociedade da informação consiste em se proteger dos 99,9% de informações oferecidas que são indesejadas.”

Sugiro que a idéia de “melancolia” representa, em última instância, a aflição genérica do consumidor ( o Homo eligens, por decreto da sociedade de consumo); um distúrbio resultante do encontro fatal entre a obrigação e a compulsão de escolher/ o vício da escolha e a incapacidade de fazer essa decisão.

Que os seres humanos sempre preferiram a felicidade à infelicidade é uma observação banal, um pleonasmo, já que o conceito de “felicidade” em seu uso mais comum diz respeito a estados ou eventos que as pessoas desejam que aconteçam, enquanto a ” infelicidade” representa estados ou eventos que elas queiram evitar. Os dois conceitos assinalam a distância entre a realidade tal como ela é e uma realidade desejada. Por essa razão, quaisquer tentativas de comparar graus de felicidade experimentados por pessoas que adotam modos de vida distintos em relação ao ponto-de-vista espacial ou temporal só podem ser mal-interpretadas e, em última análise, inúteis.

A maior atração de uma vida de compras é a oferta abundante de novos começos e ressurreições (chances de renascer).

“Consumir”, portanto, significa investir na avaliação social de si próprio, o que, numa sociedade de consumidores, traduz-se em “vendabilidade”: obter qualidades para as quais já existe uma demanda de mercado, ou reciclar as que já possui, transformando em mercadorias para as quais a demanda pode continuar sendo criada.

Os membros da sociedade de consumidores são eles próprios mercadorias de consumo, e é a qualidade de ser uma mercadoria de consumo que os torna membros autênticos dessa sociedade.

Citando Nietzche, Anders sugere que hoje em dia o corpo humano ( ou seja o corpo tal como foi recebido por acidente da natureza ) é algo que deve “ser superado” e deixado para trás. O corpo “bruto”, despido de adornos, não reformado e não trabalhado, é algo de que se deve ter vergonha: ofensivo ao olhar, sempre deixando muito a desejar e, acima de tudo, testemunha da falência do dever, e talvez da inépcia, ignorância, impotência e falta de habilidade do “eu”. O “corpo nú”, objeto que por consentimento comum não deveria ser exposto por motivo de decoro e dignidade do “proprietário”, hoje e, dia não significa, como sugere Anders “o corpo despido, mas um corpo onde nenhum trabalho foi feito.”

Num romance com o ótimo título Slowness, Milan Kundera revela o vínculo íntimo entre velocidade e esquecimento ” O nível da velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento”.

A chegada da liberdade, no avatar escolhido pelo consumidor, tende a ser vista como um ato estimulante de emancipação seja das obrigações angustiantes e proibições irritantes, ou das rotinas monótonas e massantes. Logo que a liberdade se estabelece e se transforma numa rotina diária, um novo tipo de terror, não menos apavorante do que aqueles que a liberdade deveria banir, empalidece as memórias de sofrimentos e rancores de passado: o terror da responsabilidade.

Seria difícil exagerar o poder curativo ou tranquilizador dessa ilusão de domínio sobre o tempo – o poder de dissolver o futuro no presente e de resumi-lo no “agora”. Se como afirma Alain Ehrenberg de maneira convincente, os sofrimentos humanos mais comuns nos dias de hoje tendem a se desenvolver a partir de um excesso de possibilidades, e não de uma profusão de proibições, como ocorria no passado, e se a oposição entre possível e impossível superou a antinomia do permitido e do proibido como arcabouço cognitivo e critério essencial de avaliação e escolha da estratégia de vida, deve-se apenas esperar que a depressão nascida do terror da inadequação venha substituir a neurose causada pelo horror da culpa ( ou seja, da acusação de inconformidade que pode se seguir à quebra das regras ) como a aflição psicológica mais característica e generalizada dos habitantes da sociedade de consumidores.

Outro serviço que uma existência vivida sob estados de emergência recorrentes ou quase perpétuos ( ainda que produzidos de maneira artificial ou enganosamente proclamados) pode oferecer à saúde mental de nossos contemporâneos é uma versão atualizada da ” caça a lebre” de Blaise Pascal, ajustada a um novo ambiente social. Trata-se de uma caçada que, em total oposição a uma lebre já morta, cozinhada e consumida, deixa o caçador com muito pouco tempo, ou mesmo nenhum, para refletir sobre a brevidade, o vazio, a falta de significado ou a inutilidade de suas ações mundanas e, por extensão, de sua vida na Terra como um todo.

A vida de consumo não pode ser outra coisa senão uma vida de aprendizado rápido, mas também precisa ser uma vida de esquecimento veloz. Refere-se acima de tudo, a estar em movimento."

Fonte:Blog Grifando

Resumo: PRÁTICAS POLÍTICAS E CIDADANIA NO SITE DE RELACIONAMENTO ORKUT: Individualismo e auto-afirmação nas comunidades virtuais – Márcia Vidal Nunes

Hipótese: “O site de relacionamento orkut reflete uma nova forma de interação social virtual, onde as dimensões da identidade, da participação em comunidades e do exercício da cidadania passam por profundas redefinições (…) um exemplo, dentre vários, de um espaço onde se busca forjar essa identidade fluida e, ao mesmo tempo, através da inserção em comunidades, consolidar laços com outras pessoas que tenham interesses afins.” (p. 1)

Questão: “O site de relacionamento orkut usa a internet, para viabilizar ações que levem ao efetivo exercício da cidadania, contribuindo para a democratização dos meios de comunicação, ampliando a politização da população, a participação política e elevando o nível de consciência crítica das pessoas? Ou estes sites não teriam qualquer tipo de compromisso com a participação, o exercício da cidadania e a compreensão do individuo em torno do mundo que o cerca?” (p. 2)

Condições da Produção de Subjetividade: “No novo ethos da acumulação capitalista flexível, a identidade pessoal tem de ser plástica o suficiente (sem os retardamentos de natureza ética do self tradicional) para ajustar-se à veloz mutabilidade do mercado (de capitais, de idéias e profissões) e das tecnologias de trocas inter-humanas.” (p. 3)

Resultado é uma subjetividade pautada por uma identidade líquida: “Segundo BAUMAN (2003), a identidade deve continuar flexível e sempre passível de experimentação e mudança; deve ser o tipo de identidade “até nova ordem”. A realidade de desfazer-se de uma identidade no momento em que ela deixa de ser satisfatória, ou deixa de ser atraente pela competição com outras identidades mais sedutoras é muito mais importante do que o “realismo” da identidade buscada ou momentaneamente apropriada.” (p. 3)

Identidade e Democracia: “RAZIO (1999, p. 97) afirma que o processo de estrangulamento deliberado da democracia vem levando a uma fragmentação paulatina da sociedade. Com isto, vêm sendo destruídos dois fundamentos decisivos da democracia liberal, ou seja, o princípio do governo responsável e de um povo democrático com capacidade consensual. O resultado é uma democracia vazia e carente de sentido, como acontece ao conceito de cidadania. (…) Vivemos num mundo de democracias formais, não reais, onde mandam os investidores e os especuladores financeiros, não os governos.” (p. 5)

TICs e Democracia: “Para MOHME (1999:108), os meios de comunicação de massa devem contribuir para a democratização da comunicação, sendo os intermediários entre a cidadania e a classe política, canalizando, difundindo, multiplicando ou diminuindo determinadas opiniões. Outorgam e retiram a credibilidade a determinados líderes e formações políticas. Uma segunda tarefa em prol da democratização é permitir a expressão das opiniões do cidadão comum, de maneira que termine o círculo vicioso de opiniões e confirmações ou discrepâncias entre os membros da classe política que termina afastada cada vez mais dos interesses e inquietudes concretos da cidadania.” (p. 5)

Identidade e Orkut: “No orkut, o indivíduo é identificado a partir do perfil que ele mesmo apresenta de si. Parte da constituição desse perfil é dada por elementos pré-estabelecidos, sem dar liberdade para que a pessoa se auto-defina. Isso leva à construção de uma identidade “camisa de força” onde o indivíduo está muito mais preocupado em se enquadrar do que definir o que de fato é.
A formação da identidade por uma adesão ao modo pré-estabelecido de existir, definido na multiplicidade de opções delimitada pelo site, confere ao indivíduo a confortável sensação de aconchego, proteção e segurança,de fazer parte, momentaneamente, de uma comunidade, que vai aceitá-lo e amá-lo pelos simples fato dele ter-se “adequado” às regras pré-estabelecidas para sua inclusão.” (p. 7)

Exemplo: “Dentro da comunidade “Eu sou brasileiro” o participante é tomado pela mão, para assumir uma das primeiras identidades que lhe acompanha a vida toda (pertence-se a um território), mas também a de sentir um orgulho particular no lugar onde a comunidade não acessa.” (p. 10)

Fonte:Blog do Daniel Ávila

quinta-feira, 11 de junho de 2009

VII Encontro Nacional de História da Mídia

Constituída em 2000, num encontro realizado na Associação Brasileira de Imprensa e reunindo pesquisadores de diversas Universidades brasileiras, além de integrantes da BN, do IHGB, da ABI, a Rede de Pesquisadores de História da Mídia, que recebeu o nome de REDEALCAR, em homenagem ao historiador pernambucano Alfredo de Carvalho (foi o responsável pelo resgate histórico da imprensa do século XIX, quando das comemorações do centenário da implantação

da imprensa no país, em 1908), vem realizando desde então uma série de atividades – incluindo Congressos Nacionais de História da Mídia, realizados anualmente – para implementar as pesquisas históricas em torno das questões midiáticas.


Constitui-se, portanto, um novo movimento cultural reunindo pesquisadores de centenas de universidades públicas e privadas de todo o Brasil, no sentido de preservar a memória da imprensa e construir a história midiática nacional.
Mas as ações da Rede no sentido da preservação da memória da imprensa brasileira vão além da realização dos encontros anuais. A sua plataforma de ação inclui, como item prioritário, a atualização do inventário da imprensa brasileira. Deseja-se completar as lacunas deixadas pela equipe de 1908, além de fazê-lo avançar até 2008. Mais do que isso: pretende-se realizar a interpretação dos dados acumulados, construindo indicadores capazes de balizar o trabalho dos historiadores e dos cientistas da comunicação.

OLHA O LINK

http://www.historiadamidia.com/principal/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=62
BEIJOS LILI

domingo, 7 de junho de 2009

I Colóquio Discurso e Práticas Culturais: inscrições



03-Jun-2009
Estão abertas, até 20 de julho de 2009, as inscrições para o I Colóquio Discurso e Práticas Culturais – Cultura, Cotidiano e Identidades Discursivas.
O Colóquio reunirá, de 11 a 14 de agosto, no Campus do Benfica, pesquisadores em Análise do Discurso e de outras áreas das ciências humanas que tenham como objeto de estudo os fenômenos culturais. As inscrições devem ser feitas, exclusivamente, pelo site www.grupodiscuta.ufc.br.
Os trabalhos podem ser inscritos como pôsteres ou sessões de comunicações (individuais e coordenadas), e devem estar vinculados às seguintes temáticas: discurso literomusical; discurso literário; discurso religioso; discurso, identidade e interculturalidade; discurso regionalista, identidade nacional e globalização; discurso e imagem; e outras relacionadas ao discurso da e sobre cultura e identidade.
Interessados em participar do evento sem submeter trabalhos podem se inscrever até 11 de agosto de 2009. O Dipracs é organizado pelo Grupo de Pesquisa Discurso, Cotidiano e Práticas Culturais (Grupo Discuta), do Programa de Pós-Graduação em Lingüística da UFC.
Outras informações sobre valores, procedimento de inscrição, submissão de trabalhos, minicursos, programação e lançamento de livros podem ser encontradas no site do Grupo Discuta (www.grupodiscuta.ufc.br) ou pelo e-mail
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Fonte: Nelson Barros da Costa, Presidente da Comissão Organizadora do I Colóquio Discurso e Práticas Culturais (Dipracs) /
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Fonte: www.ufc.br

terça-feira, 2 de junho de 2009

MÍDIA SOBRE A MÍDIA -O novo nasce, o velho ainda resiste

Por Venício A. de Lima em 2/6/2009


Após participar de debates sobre a mídia em diferentes cidades do país nas últimas semanas, ocorreu-me a famosa passagem de Antonio Gramsci (1891-1937) nos Cadernos de Cárcere quando ele comenta sobre a "crise de autoridade" (Selections of the Prison Notebooks; International Publishers, New York, 1971; págs. 275-276). Embora, por óbvio, as circunstâncias fossem outras e seja necessária uma pequena adaptação no texto, penso que se aplica ao momento de transição que a mídia vive no Brasil a idéia de que "o velho está morrendo e o novo apenas acaba de nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece". (A frase original correta é: "A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece".)

O novo e o velho

Não há dúvida de que o espantoso crescimento da inclusão digital, cuja melhor expressão é o acesso à internet através de suportes como o computador pessoal e os celulares, está provocando uma mudança profunda na produção, distribuição e no "consumo" de informações e entretenimento (ver "A mudança sem retorno").

Não há dúvida, também, de que essas mudanças indicam uma quebra da unidirecionalidade histórica da comunicação de massa e a possibilidade de maior pluralidade e diversidade no espaço público com o surgimento, por exemplo, de sites alternativos, blogs e a criação capilar de novas redes sociais. Atores tradicionalmente excluídos do espaço público de discussão e formação de opinião na sociedade brasileira estão tendo, afinal, alguma chance de serem ouvidos. Abriu-se uma enorme janela de oportunidades.

Por outro lado, a velha mídia – sobretudo os jornais diários, mas também as revistas, o rádio e a televisão – apesar das quedas globais de circulação e audiência, do fechamento de jornais e da migração do impresso para a internet, não só resistem em buscar as adaptações que garantirão sua sobrevivência de longo prazo no mercado, mas se apegam às velhas fórmulas. É aí que "sintomas mórbidos aparecem".

Neste contexto, a conhecida prática da busca de leitores pelo desencadeamento de campanhas de denúncias contra pessoas e/ou instituições, independente da procedência das acusações, continua a provocar danos em imagens e reputações que dificilmente serão reparadas, mesmo, se e quando, uma decisão judicial que garanta o direito de resposta for eventualmente cumprida.

"Sintomas" contraditórios

A confirmação do fechamento da Gazeta Mercantil – um jornal especializado em economia que não previu as transformações porque passa o seu setor; a recente compra da agência de notícias global Reuters pela canadense Thomson e o anunciado desmembramento da AOL – provedora de internet – do grupo Time Warner (apesar do controle acionário permanecer integralmente no grupo) são sinais difusos e, aparentemente, contraditórios da universalidade do terremoto na economia política do setor.

Enquanto isso, entre nós, às vésperas da realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, outros sintomas aparecem: o Supremo Tribunal Federal revoga por completo a Lei de Imprensa (5.250/1967), deixando a descoberto o "direito de resposta" e provocando a insegurança jurídica de empresas, instituições e, sobretudo, de cidadãos; o ministro das Comunicações insiste em "reprimir" a juventude que "vive dependurada na internet"; o Senado Federal aprova um projeto de lei que pretende controlar a liberdade existente na internet; o Superior Tribunal de Justiça decide que "não se pode exigir que a mídia só divulgue fatos após ter certeza plena de sua veracidade" e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) concentra seus esforços na exclusão de todos aqueles que não possuem diploma de jornalista do exercício da atividade jornalística.

Riscos da transição

Um dos riscos que se corre, enquanto a transição não se completa, é esquecer que o velho resiste e sobrevive e está mais ativo do que nunca em defesa de seus antigos privilégios. E essa é uma verdade que tem diferentes e matizadas dimensões.

Perder de vista essa realidade significa não só ignorar as lições do passado como adiar possíveis conseqüências que, tudo indica, permitirão que a maioria excluída da população participe do espaço público brasileiro e que tenhamos, afinal, uma mídia mais democratizada.

Fonte:Observatório da Imprensa

FORMAÇÃO DOS JORNALISTAS - Sobre cursos e currículos

Por Muniz Sodré em 2/6/2009


Num livro em que discute a relevância de um certo jornalismo contemporâneo (Simulacro e poder – uma análise da mídia, Editora Fundação Perseu Abramo), Marilena Chauí evoca o episódio da rede de televisão brasileira que obteve uma entrevista exclusiva com o presidente da Líbia, logo após o bombardeio de sua casa pela aviação norte-americana, em 1986. Relata:

"Foi constrangedor para Kadafi e para os telespectadores ouvir as perguntas: `O que o senhor sentiu quando percebeu o bombardeio? O que o senhor achou desse ato dos inimigos?´ Nenhuma pergunta sobre o significado do atentado na política e na geopolítica do Oriente Próximo: nenhuma indagação que permitisse furar o bloqueio das informações a que as agências noticiosas norte-americanas submetem a Líbia".

Esta passagem nos vem à cabeça a propósito da discussão promovida por Alberto Dines no programa televisivo do Observatório da Imprensa (TV Brasil, 26/5/2009, ver "A formação dos jornalistas"), sobre o trabalho de uma comissão encarregada pelo MEC de avaliar o currículo dos cursos de jornalismo no país. Na parte suprimida pela edição do depoimento que demos, levantávamos uma questão bastante rara nos debates sobre o assunto: o problema da determinação da capacidade dos cursos em preparar jornalistas pode estar sendo mal formulado. De fato, cabe uma indagação incômoda: o jornalismo aqui praticado é tão bom a ponto de requerer um optimum de aperfeiçoamento por parte dos futuros profissionais? Ou, então, será que a mídia tal e qual existe em sua totalidade de suportes deseja realmente uma classe "logotécnica" de altíssimo nível?

Escopo mais amplo

É claro que proprietários e dirigentes das mais variadas mídias responderiam afirmativamente a estas perguntas. Afinal de contas, no espaço público – ou publicitário – das tecnodemocracias ocidentais, os responsáveis pelas corporações midiáticas se obrigam à produção de um discurso dito "ético" ou "formativo" sobre a sua atividade. Isto faz parte da manutenção da ideologia liberal que lastreia a atividade jornalística desde o século 19, reforça a doutrina da livre expressão pública e concorre para legitimar os enormes investimentos em publicidade por parte de Estado e conglomerados industriais.

A informação pública de alta qualidade é uma espécie de horizonte mitológico para a deontologia (a ética dos deveres profissionais) jornalística, que necessariamente inclui o discurso da demanda de alta competência técnica.

Mas é isso mesmo o que acontece na prática?

Antes de uma resposta direta, é preciso ressalvar que curso superior nenhum fornece profissionais prontos e acabados para o mundo da produção. Num curso de medicina, por exemplo, os estudantes aprendem, durante seis anos, a aprender, isto é, capacitam-se a filtrar o que lhes será essencial em sua forma específica de produção da saúde e que lhes será efetivamente transmitido na residência médica, o estágio hospitalar, às vezes de duração comparável à da faculdade. Em qualquer caso, aprende-se a produzir ali onde o trabalho se dá, no contexto das forças produtivas. Ao ensino superior cabe formar o cidadão-profissional, abrindo-lhe os caminhos da inserção social por meio da ética e da ciência. No primeiro caso, mostrando-lhe que a técnica não se desvincula dos fins coletivos; no segundo, que a pesquisa científica é o horizonte de alargamento da técnica.

A técnica jornalística é importante, mas em nada comparável à complexidade e aos riscos de vida imediatos inerentes à prática médica. Isto significa que o jornalismo não deva ser objeto de ensino universitário? Claro que não. Em sociedades irreversivelmente midiatizadas (instituições sociais em funcionamento quase simbiótico com mídia), cujo próprio solo relacional é feito de informação, a comunicação é matéria complexa, de conceituação anexa à de cultura.

A ontologia dos fatos sociais em nossa época não é totalmente independente dos dispositivos que os tornam socialmente visíveis. A exemplo da guerra tal como definida por Georges Clemenceau (1841-1929) – "séria demais para ser deixada apenas aos militares" –, a comunicação social tem escopo mais amplo do que o da pura e simples técnica jornalística que, aliás, se aprende em muito pouco tempo. A formação do profissional de informação requer um tipo de conhecimento adequado a um analista social aplicado.

Espírito adormecido

Para além destas ressalvas, há o ensaio de uma resposta direta à pergunta sobre o que acontece na prática profissional das mídias, levando em consideração a realidade da economia midiática, em que uma dúzia de conglomerados globais acrescentam à propriedade dos meios de comunicação tradicionais o controle dos eletrônicos, avaliando as suas atividades em termos estritos de custo-benefício. O que se tem tradicionalmente chamado de jornalismo não escapa a esse tipo de poder, que o leva a tornar-se, para se salvar como produto de mercado, "cada vez mais rápido, inexato e barato".

A essa realidade queríamos aludir no começo, com a citação da análise empreendida por Marilena Chauí. Ela referenda Christopher Lasch (autor de A Cultura do Narcisismo, Editora Imago), para quem...

"...os mass media tornaram irrelevantes as categorias da verdade e da falsidade, substituindo-as pelas noções de credibilidade ou plausibilidade e confiabilidade – para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível, ou como oferecido por alguém confiável. Os fatos cederam lugar a declarações de `personalidades autorizadas´, que não transmitem informações, mas preferências, as quais se convertem imediatamente em propaganda".

Por isso, a entrevista de Kadafi "reduziu-se aos seus sentimentos paternos e conjugais perante o terrorismo inimigo", e "o acontecimento político foi transformado em uma tragédia doméstica e da vida pessoal de uma das mais importantes lideranças do mundo árabe".

Talvez não seja suficiente como mote para a reflexão profunda a evocação desse pequeno episódio como emblema do que se está tornando a prática informativa da mídia hegemônica. Mas ele é capaz de despertar o espírito adormecido do que Alfred Jarry (1873-1907) chamou de "patafísica" ou "ciência das soluções imaginárias". Um patafísico perguntaria: em vez de criticar currículos, não seria o caso de os intelectuais coletivos das classes dirigentes conhecidos como "mídias" se matricularem nas escolas de comunicação?

Fonte:Observatório da Imprensa

sábado, 23 de maio de 2009

SEBO VIRTUAL - LIVROS DO NILSON LAGE

Amigos,

Quem poderia me conseguir emprestado o livro "A reportagem: teoria e técnica de entrevista", do Nilson Lage, ou algum outro livro que trate de fontes de informação, de preferência das classificação do Lage.

Quem conseguir me manda um e-mail para cellusrocha@gmail.com

Obrigado

domingo, 17 de maio de 2009

RESUMO DE PARTE DO TEXTO DE DOMINIQUE MAINGUENEAU

O discurso verbal

"O conceito de discurso apresenta um amplo significado, partindo do pressuposto que está relacionado à actividade verbal, a enunciados e usos da linguagem, pode designar tanto um sistema que permite a criação de um conjunto de textos quanto o próprio conjunto de textos produzidos. Limitando-se, porém, à temática deste estudo, podemos afirmar que a noção de discurso se dá como um reflexo da modificação na forma em que se concebe a linguagem. Essa modificação, advinda de influências das ciências humanas, é denominada pragmática, constituída, em sua essência, como uma maneira de apreender a comunicação verbal. Por outras palavras, o próprio discurso.

Para Dominique Maingueneau, professor e importante teórico no âmbito da ciência lingüística, o discurso, em sua ocorrência, apresenta alguns princípios básicos:

Ser uma organização situada para além da frase - não depende de frases para ser formado, mas de uma unidade complexa, submetida a regras de organização em um grupo social determinado, como uma narrativa ou um diálogo;

Ser orientado - desenvolve-se no tempo e é linear, constroi-se em função de um objectivo, sob a perspectiva de um locutor;

Ser uma forma de acção - uma enunciação constitui um acto visando modificar uma situação. Para Maingueneau, "esses actos integram-se num discurso de um determinado género (um panfleto, um telejornal, por exemplo), que visam produzir uma modificação nos destinatários";

Ser interactivo - envolve uma actividade verbal entre pessoas, uma troca com outros enunciadores, implícita ou explícita, supondo a presença de alguém à qual se dirige a enunciação;

Ser contextualizado - o sentido de um enunciado é compreendido pelo seu contexto, que lhe oferece atribuições;

Ser assumido por um sujeito - o discurso remete a uma fonte de referências (um sujeito), e indica atitudes em relação ao que diz e ao seu co-enunciador;

Ser regido por normas - é inserido na actividade verbal e passível à normas, legitimando o exercício da palavra.

Outros dois pontos fundamentais do discurso verbal, e relevantes a este estudo, também são definidos por Maingueneau: Enunciado e Texto. O autor resume a noção de Enunciado como o registro verbal do acontecimento que é a enunciação. A extensão do enunciado, que pode ser de uma frase a um livro, não interfere no seu significado, considerado a unidade elementar da comunicação verbal, sintetizada pelo autor como uma sequência "dotada de sentido e completa".

O texto é uma produção verbal, oral e escrita. Nas palavras do autor: "estruturadas de forma a perdurarem, repetirem-se, circularem longe do seu contexto original". Pode ser heterogéneo, composto de signos linguísticos e icónicos (comum nos anúncios de imprensa escrita).A análise do discurso verbal geralmente é realizada levando-se em conta as categorias que os discursos compõem, que correspondem às necessidades da vida quotidiana. Refletir sobre um texto e o modo como ele é construído, requer compreender o contexto social ao qual ele se insere e para quem (leitor) ele está se dirigindo. Maingueneau afirma que todo o texto pertence a uma categoria de discurso, denominada também de género do discurso. Estas categorias representam o estilo de textos produzidos numa sociedade e variam em função do uso que se faz deles. Alguns exemplos de géneros de discurso são os jornais, conversas, narrativas, sonetos, panfletos, etc. Fazendo uma analogia com o discurso verbal publicitário, é possível aferir que os géneros do discurso são formas de expressão de uma mensagem e objectivam facilitar a decodificação por parte do receptor, utilizando-se de uma linguagem/discurso mais próxima a ele. Com relação ao texto impresso, objecto do nosso estudo, Maingueneau observa-o como uma qualidade que confere maior autonomia do que é dito frente aos leitores. Por ser múltiplo, de carácter idêntico e uniforme, o texto impresso não oferece uma escrita individualizada, ao contrário, é inalterável e fechado, supõe-se um autor, mas a comunicação não é directa, de uma pessoa a outra. Possui aparentemente características simplistas, mas considerando o contexto da expressividade de marca, o texto impresso consegue constituir em si uma imagem independente. Propõe ao leitor um texto que lhe é dirigido, mas não isolado. Não instiga resposta e lhe deixa livre para interpretação.

Na sequência a essa linha de raciocínio e no objectivo de explicar a possível relação de envolvimento que o texto é capaz de gerar com o interlocutor, apresenta-se o conceito de Ethos, na definição do autor: "mesmo quando escrito, um texto é sustentado por uma voz - a de um sujeito situado para além do texto. O Ethos envolve de alguma forma a enunciação, sem estar explícito no enunciado".

Fundamentado nos preceitos da Retórica, o Ethos é um objecto que não está directamente presente no texto, mas nas suas entrelinhas, conferindo, numa instância subjectiva, um tom de autoridade ao que é dito. Esse formato permite ao leitor construir uma representação, identidade do corpo do enunciador que, nas palavras do autor, torna-se um fiador do que é dito.

Um dos aspectos relevantes do Ethos aplicados na publicidade é a sua capacidade de atribuir carácter e corporalidade aos textos por meio do fiador. Essa espécie de percepção de autor transformada em personagem é provida de um conjunto de representações sociais e estereótipos culturais do leitor. Pela sua fala, implícita no texto, o fiador confere uma identidade compatível com o mundo que constrói no seu enunciado. Desse modo, para Maingueneau, o Ethos é um elemento pertencente e evidente nos textos publicitários objectivando "encarnar", por meio da sua própria enunciação, aquilo que propõe evocar.

De posse à reflexão e principais conceitos da análise do discurso (e entre eles, o da publicidade), ainda na concepção de Maingueneau, serão levantadas questões pertinentes à prática dos textos persuasivos e seus efeitos na comunicação.

Num primeiro momento, algumas das principais técnicas que compõem construção de um texto persuasivo serão apresentadas, sob a perspectiva da redacção publicitária. Num segundo momento, pretende-se compreender como se dá a construção do sentido, apresentando alguns dos elementos constituintes do discurso. Com a união desses dois preceitos, técnicas persuasivas e elementos do discurso que geram sentido, presentes na comunicação publicitária, é possível afirmar uma relação de valor entre o texto (no caso, da imprensa escrita) à imagem da marca que ele pretende comunicar."

Fonte:Blog Comunicação é aquilo que o consumidor entende

sexta-feira, 15 de maio de 2009



Grupo de Teatro Pé-no-Chão


apresenta


A Cigarra e A Formiga


Teatro Morro do Ouro (anexo ao Theatro José de Alencar)

Todos os Domingos de Maio às 17h

Ingressos: R$ 8,00 (inteira) e 4,00 (meia)

Infomações: (85) 8749-8338 ou souarte@gmail.com

terça-feira, 5 de maio de 2009

HOMENAGEM AO PROFESSOR SILAS DE PAULA

RECADO

Os alunos da sempre viva Turma,das terças e quintas,já podem postar seus textos e artigos acadêmicos corrigidos pelos professores das cinco disciplinas já ministradas.Fiquem livres para expor suas idéias.