domingo, 12 de abril de 2009

DESORGANIZAÇÃO DO CERIMONIAL E NOVIDADES NO CAMPO ACADÊMICO MARCAM ABERTURA DE ENCONTRO INTERNACIONAL DE IMAGEM CONTEMPORÂNEA

O amadorismo e a desorganização do cerimonial marcaram a abertura,na noite de hoje(12),no Teatro José de Alencar,do Encontro Internacional de Imagem Contemporânea.Logo na entrada,percebia-se muitos participantes perdidos sem saber onde podiam pegar suas credenciais.Ao chegar ao estande montado nos jardins do Teatro José de Alencar,a fim pegar as credenciais,os inscritos passaram pelo constrangimento de ter a fila de espera furada por uma das organizadoras.A prioridade estava sendo dada aos "companheiros" de uma das responsáveis do evento.Por todo o evento,sentia-se a falta de guiadores.Foi pela ausência deles,que muitos quase ficaram sem o rádio para tradução simultânea para primeira palestra.Na abertura,já no Palco Principal do Teatro,mais erros sucessivos de Cerimonial.Não tinha um cerimonialista oficial.Tudo foi resolvido em casa com professores do Curso de Comunicação da UFC.A mesa com os organizadores,mediadores e palestrantes sequer foi constituída.A principal organizadora foi sentar bem longe da palestrante.A francesa Anne Sauvagnargues proferiu uma palestra com o título "Dos fluxos às dobras da imagem".Poucos conseguiram entender suas palavras.O aparelho para tradução simultânea funcionava de mal a pior.Em uma exposição breve,a palestrante estrangeira exauriu o tema e abriu para perguntas.Foram minutos de apuros sem saber o que fazer.Ao estilo tudo feito nas coxas,a organizadora saiu lentamente do local onde estava e se dirigiu à palestrante,dizendo que continuasse.A vergonha foi tanta que a responsável resolveu sentar na coxia.A francesa agradeceu a sua participação por duas vezes.A segunda palestra,com o cineastra Karim Aïnouz,seguiu tranquila.Até que ao final,ali na hora,foi resolvido que não haveria uma sessão de debates e de perguntas por se tratar de um domingo e fim de feriado.Uma imposição improvisada.Por fim, não devemos esquecer que faltou um bloquinho de notas ,mesmo se fosse com papel reciclado,no kit do evento.LADO POSITIVO -O evento é o primeiro desenvolvido pelo recém-criado Instituto de Cultura e Arte.Por falar nele,na ocasião,foi anunciado que a partir de 2010 a pretensao da UFC é agregar novos cursos aos já em andamento no Instituto,como Jornalismo,Publicidade e Estilismo e Moda.Virão Cinema,Artes Dramáticas,Gastronomia Internacional,Cinema e Audiovisual e outros.O evento também representa o primeiro das duas linhas de pesquisa do Mestrado.O próximo abordará a temática "Mídia e Práticas Socioculturais".Quanto ao evento,uma das ótimas sacadas foi dar vida a obra de Zé Tarcisio no identidade gráfica do evento.De ter utilizado software livre para o endereço eletrônico do Encontro.E de perceber a evolução de um evento,que começou com uma simples conversa com o pesquisador Arlindo Machado.
LIÇÕES DAS PALESTRAS - Do pouco que se conseguiu ouvir,Anne deu um show quando o assunto é imagem contemporânea.Disse que a imagem muda a nossa maneira de encarar o mundo.Afirmou que devemos a cada dia topar o desafio de criar um cinema que mostre a realidade urbana,dos prédios,das pontes,autoestradas e etc.Para ela,o cinema nos mostra que imagem é independente da nossa consciência.Que as imagens não são meras projeções.Elas advém da nossa realidade.Durante a palestra,ela fez um panorama sobre a História do Cinema,citado o Expressionismo Alemão,Cinema Italiano do Pós-Guerra e a o Audiovisual Russo.Na palavra do cineasta cearense,Karim Aïnouz,ele falou da parceria com o cineasta Marcelo Gomes,que não compareceu.Fez uma restrospectiva de vida profissional.Destacou o seu primeiro filme,feito nos EStados Unidos,sobre suas tias e avó.Relatou a dificuldade de resgatar imagens de época e como é desenvolvido o trabalho de resignificar imagens que ficaram paradas no tempo.Uma exemplo disseo foi o resgate de parte das imagens de um filme feito por ele e Marcelo,durante viagem feita pelo Nordeste, para produzir uma outra realização audiovisual.O primeiro filme destacado foi lançado em 1999 e chama-se " Carranca de Acrílico Azul Piscina".O próximo está em fase de elaboração de construção de significado em o que Karim denominou de "experiência múltipla audiovisual."Vai se chamar:"Viajo porque preciso,volto porque Te Amo".A película será um documentário inventado,com personagem e narrador inventados,a partir de uma história de vida de um homem abandonado pela mulher e que topa trabalhar como Geólogo para prospecção de um projeto de transposição de águas de um rio.Qualquer semelhança é mera coincidência com o Rio São Francisco.Karim deixou uma lição:uma imagem deve levar a outra.Pode ser do Clássico,passando por instalações contemporâneas.

PS:Sobre as críticas,o Blog Comunicação e Imagem está aberto para os posicionamentos contrários.

Por Marcellus Rocha

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