"Ainda não é uma luz no fim do túnel, mas alguns estudiosos do jornalismo já começam a vislumbrar um novo horizonte para a atividade. E o que começa a surgir vai espantar muita gente porque tem pouca coisa a ver com o que entendemos hoje por jornalismo.
A tendência que certamente vai gerar mais polêmica é a que coloca o jornalismo não mais como uma habilidade, segundo alguns, ou uma ciência, para outros, mas como uma função social intimamente ligada ao papel que a internet terá na sociedade dos próximos anos.
O meio ambiente dos jornalistas deixará de ser as redações para situar-se nas comunidades, atuando dentro de redes sociais digitais. Suas ferramentas principais não serão mais o computador, mas os softwares de produção colaborativa e coletiva de narrativas textuais, visuais, sonoras e interativas.
Tudo isto parece exercício de ficção científica ou viagem de futurólogos amadores, mas é o que o norte-americano Vadim Lavrusik, professor da Universidade Columbia, em Nova York, está desenvolvendo a partir de sua disciplina cujo título, nada ortodoxo, é "Jornalistas como Gestores de Comunidades Sociais".
Lavrusik forma junto com o indiano Sree Sreenivasan e o anglo-saxão Adam Glenn o núcleo de professores que está deixando de cabelos em pé os seus colegas da Columbia, cuja escola de jornalismo é considerada uma das mais tradicionais do mundo acadêmico norte-americano.
Os três estão desenvolvendo ideias que já têm seguidores também na Europa e na América Latina, mas foram os que, até agora, formularam mais claramente o que eles chamam de Jornalismo em Mídias Sociais. Trata-se de um conceito ainda bastante contestado, mas cuja base é a transformação do jornalismo numa atividade desenvolvida fora de um contexto industrial.
Os defensores da ideia afirmam que os profissionais encontrarão dentro das comunidades — ou seja, junto às pessoas —, a matéria prima para alimentar o processo de produção de informações e conhecimentos que ativará a formação de capital social. A informação não virá mais basicamente de fontes governamentais e corporativas ou dos especialistas.
As chamadas mídias sociais, os softwares que viabilizam a circulação de informações dentro das redes sociais digitais, já são uma grande fonte de notícias e a tendência é que sua importância cresça ainda mais, à medida que a internet incluir cada vez mais pessoas. Não é necessário ser nenhum guru ou especialista para perceber que as redes tendem a ser o grande manancial do conhecimento humano.
A produção colaborativa de notícias, na qual o público recolhe dados e fatos que são processados em conjunto com jornalistas, já é vista como a grande alternativa para situações extremas como, por exemplo, a surgida pela divulgação de um pacotaço de documentos secretos sobre a guerra no Iraque pelo site Wikileaks.
Os blogueiros independentes estão começando a criar suas próprias redes de informantes surgidas a partir de comentários postados por leitores, afirma Alfred Hermida, outro professor da Columbia, especializado em mídias sociais. E muitos profissionais do jornalismo poderiam acabar exercendo funções muito próximas às de um "curador de notícias", ou seja, selecionar e aglutinar informações, como fazem os curadores de museus ou exposições, responsáveis pela escolha das obras que serão expostas.
Até agora os jornalistas e os jornais se apoiavam na ideia de que eles sabiam o que era bom para os leitores. As novas idéias invertem totalmente este processo, pois é o público que dirá o que deseja ser investigado e noticiado. Não é uma mudança simples, pois afeta um conjunto de valores e rotinas associadas à atividade informativa.
Alguns críticos afirmam que o novo jornalismo poderá acabar adotando uma prática parecida à dos assistentes sociais ou psicólogos sociais. Até pode ser, mas a ironia embutida nesta comparação apenas comprova o quanto o jornalismo está distante de sua função social depois de ter se transformado numa atividade quase industrial. Se isto for verdade, jornalista como gestor de comunidades sociais estará corrigindo uma velha distorção em vez de criar algo revolucionário. "
A tendência que certamente vai gerar mais polêmica é a que coloca o jornalismo não mais como uma habilidade, segundo alguns, ou uma ciência, para outros, mas como uma função social intimamente ligada ao papel que a internet terá na sociedade dos próximos anos.
O meio ambiente dos jornalistas deixará de ser as redações para situar-se nas comunidades, atuando dentro de redes sociais digitais. Suas ferramentas principais não serão mais o computador, mas os softwares de produção colaborativa e coletiva de narrativas textuais, visuais, sonoras e interativas.
Tudo isto parece exercício de ficção científica ou viagem de futurólogos amadores, mas é o que o norte-americano Vadim Lavrusik, professor da Universidade Columbia, em Nova York, está desenvolvendo a partir de sua disciplina cujo título, nada ortodoxo, é "Jornalistas como Gestores de Comunidades Sociais".
Lavrusik forma junto com o indiano Sree Sreenivasan e o anglo-saxão Adam Glenn o núcleo de professores que está deixando de cabelos em pé os seus colegas da Columbia, cuja escola de jornalismo é considerada uma das mais tradicionais do mundo acadêmico norte-americano.
Os três estão desenvolvendo ideias que já têm seguidores também na Europa e na América Latina, mas foram os que, até agora, formularam mais claramente o que eles chamam de Jornalismo em Mídias Sociais. Trata-se de um conceito ainda bastante contestado, mas cuja base é a transformação do jornalismo numa atividade desenvolvida fora de um contexto industrial.
Os defensores da ideia afirmam que os profissionais encontrarão dentro das comunidades — ou seja, junto às pessoas —, a matéria prima para alimentar o processo de produção de informações e conhecimentos que ativará a formação de capital social. A informação não virá mais basicamente de fontes governamentais e corporativas ou dos especialistas.
As chamadas mídias sociais, os softwares que viabilizam a circulação de informações dentro das redes sociais digitais, já são uma grande fonte de notícias e a tendência é que sua importância cresça ainda mais, à medida que a internet incluir cada vez mais pessoas. Não é necessário ser nenhum guru ou especialista para perceber que as redes tendem a ser o grande manancial do conhecimento humano.
A produção colaborativa de notícias, na qual o público recolhe dados e fatos que são processados em conjunto com jornalistas, já é vista como a grande alternativa para situações extremas como, por exemplo, a surgida pela divulgação de um pacotaço de documentos secretos sobre a guerra no Iraque pelo site Wikileaks.
Os blogueiros independentes estão começando a criar suas próprias redes de informantes surgidas a partir de comentários postados por leitores, afirma Alfred Hermida, outro professor da Columbia, especializado em mídias sociais. E muitos profissionais do jornalismo poderiam acabar exercendo funções muito próximas às de um "curador de notícias", ou seja, selecionar e aglutinar informações, como fazem os curadores de museus ou exposições, responsáveis pela escolha das obras que serão expostas.
Até agora os jornalistas e os jornais se apoiavam na ideia de que eles sabiam o que era bom para os leitores. As novas idéias invertem totalmente este processo, pois é o público que dirá o que deseja ser investigado e noticiado. Não é uma mudança simples, pois afeta um conjunto de valores e rotinas associadas à atividade informativa.
Alguns críticos afirmam que o novo jornalismo poderá acabar adotando uma prática parecida à dos assistentes sociais ou psicólogos sociais. Até pode ser, mas a ironia embutida nesta comparação apenas comprova o quanto o jornalismo está distante de sua função social depois de ter se transformado numa atividade quase industrial. Se isto for verdade, jornalista como gestor de comunidades sociais estará corrigindo uma velha distorção em vez de criar algo revolucionário. "
Fonte: Observatório da Imprensa
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