quarta-feira, 12 de agosto de 2009

ESTUDO DE CASO

"Case Study Research: design and methods" Robert K. Yin
Tradução e síntese: Prof. Ricardo Lopes Pinto
Adaptação: Prof. Gilberto de Andrade Martins


As estratégias de pesquisa em Ciências Sociais podem ser: experimental; survey (levantamento); histórica; análise de informações de arquivos (documental) e estudo de caso. Cada uma dessas estratégias pode ser usada para propósitos: exploratório; descritivo; explanatório (causal). Isto significa que o estudo de caso poderá ser: exploratório; descritivo ou explanatório (causal). Sendo mais freqüente os estudos de caso com propósitos exploratório e descritivo.

A estratégia de pesquisa dependerá do tipo de questão da pesquisa; grau de controle que o investigador tem sobre os eventos; ou o foco temporal (eventos contemporâneos X fenômenos históricos).

O Estudo de Caso é preferido quando: o tipo de questão de pesquisa é da forma “como” e por quê ?; quando o controle que o investigador tem sobre os eventos é muito reduzido; ou quando o foco temporal está em fenômenos contemporâneos dentro do contexto de vida real.

O Estudo de Caso explanatório (causal) pode ser complementado por Estudo de Caso descritivo ou exploratório.

A necessidade de se utilizar a estratégia de pesquisa “Estudo de Caso” deve nascer do desejo de entender um fenômeno social complexo.


Geralmente, quando a pergunta de pesquisa é da forma “como?” ou “por quê? As estratégias poderão ser: estudo de caso, pesquisa histórica ou experimental.

Argumentos mais comuns dos críticos do Estudo de Caso:

· Falta de rigor

· Influência do investigador – falsas evidências, visões viesadas.

· Fornece pouquíssima base para generalizações

· São muito extensos e demandam muito tempo para serem concluídos

Respostas às críticas:

· Há maneiras de evidenciar a validade e a confiabilidade do estudo;

· O que se procura generalizar são proposições teóricas (modelos) e não proposições sobre populações. Nesse sentido os Estudos de Casos Múltiplos e/ou as replicações de um Estudo de Caso com outras amostras podem indicar o grau de generalização de proposições.

· Nem sempre é necessário recorrer a técnicas de coleta de dados que consomem tanto tempo. Além disso, a apresentação do documento não precisa ser uma enfadonha narrativa detalhada.

A essência de um Estudo de Caso, ou a tendência central de todos os tipos de Estudo de Caso é que eles tentam esclarecer “uma decisão ou um conjunto de decisões: por que elas foram tomadas ? como elas foram implementadas? e, quais os resultados alcançados?

Um Estudo de Caso é uma pesquisa empírica que:

· Investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real;

· As fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes;

· Múltiplas fontes de evidências são utilizadas.

Aplicações do Estudo de Caso:

· Explicar ligações causais em intervenções ou situações da vida real que são complexas demais para tratamento através de estratégias experimentais ou de levantamento de dados;

· Descrever um contexto de vida real no qual uma intervenção ocorreu;

· Avaliar uma intervenção em curso e modificá-la com base em um Estudo de Caso ilustrativo;

· Explorar aquelas situações nas quais a intervenção não tem clareza no conjunto de resultados.

Componentes do “design da pesquisa”

· Uma questão de estudo do tipo: como? e/ou por quê?

· Proposições orientadoras do estudo, enunciadas a partir de questões secundárias;

· Unidade de análise: indivíduo? organização? setor? ...

· Estabelecer a lógica que ligará os dados às proposições do estudo;

· Critérios para interpretar os achados – referencial teórico e categorias

Não se deve confundir “generalização analítica” – própria do Estudo de Caso – com “generalização estatística”. O que se generaliza, no Estudo de Caso, são os aspectos do ‘modelo teórico encontrado’. O caso não é um elemento amostral.

Critérios para julgar a qualidade do “design” da pesquisa através de testes lógicos:

Validade de constructo: estabelecer definições conceituais e operacionais dos principais termos e variáveis do estudo para que se saiba exatamente o que se quer estudar – medir ou descrever. O teste é realizado através a busca de múltiplas fontes de evidência para uma mesma variável.

Validade Interna: estabelecer o relacionamento causal que explique que em determinadas condições (causas) levam a outras situações (efeitos). Deve-se testar a coerência interna entre as proposições iniciais, desenvolvimento e resultados encontrados.

Validade Externa: estabelecer o domínio sobre o qual as descobertas podem ser generalizadas. Deve-se testar a coerência entre os achados do estudo e resultados de outras investigações assemelhadas.

Confiabilidade: mostrar que o estudo pode ser repetido obtendo-se resultados assemelhados. O protocolo do Estudo de Caso e a base de dados do estudo são fundamentais para os testes que indicam confiabilidade.

Sobre a preparação para a condução de um Estudo de Caso:

Treinamento do investigador para assegurar que ele tenha as habilidades desejadas para extrair do caso as informações relevantes através de procedimentos fortemente baseados na percepção e na capacidade analítica. São características desejáveis: ser capaz de formular boas questões e de interpretar as respostas. Ser bom ouvinte e não ficar prisioneiro de seus preconceitos. Ser adaptativo e flexível sem perder o rigor – não ter receio, se necessário, escolher outros casos, coletar outras informações, ou decidir refazer o “design”. Ter grande conhecimento sobre os assuntos que estão sendo estudados – como a coleta e a análise ocorrem ao mesmo tempo ele atua como um detetive que trabalha com evidências convergentes e inferências. O investigador deve ter uma postura de neutralidade para evitar a introdução de vieses ou de noções pré-concebidas, para tanto, sempre que possível deve documentar os dados coletados.

O protocolo do Estudo de Caso é mais que um instrumento pois contém os procedimentos e as regras gerais que deverão ser seguidas. A função do protocolo é a de aumentar a confiabilidade da pesquisa ao servir como guia ao investigador ao longo das atividades do estudo. O protocolo deve ser composto das seguintes seções:

Visão geral do projeto de Estudo de Caso: deve apresentar, de forma sumária, informações sobre o “background” teórico que sustenta o estudo. Deve também apresentar um documento que possa informar aos entrevistadores (e/ou à organização na qual se pretende fazer a coleta de dados) quais são os objetivos da pesquisa, e suas questões orientadoras iniciais.

Como os dados são coletados sob condições de ambiente não controlado, isto é: em contexto real, é o investigador que deve adaptar seu plano de coleta de dados e informações à disponibilidade dos entrevistados. Em outras palavras, é o entrevistador que deve se introduzir no mundo do objeto, e não o contrário, como ocorre com estratégias de pesquisa em ambiente controlado. Isso significa que o comportamento do pesquisador pode sofrer restrições. Por isso, é importante Ter em mente que não se poderá contar com instrumentos rígidos (tipo questionário com questões de múltipla escolha). Pelo contrário, o mais indicado é formular diretrizes sobre o comportamento do investigador em campo. Sendo assim , sugere-se que sejam enfatizadas as seguintes tarefas nos procedimentos de campo:

· Conseguir acesso à organização-chave e/ou aos entrevistados-chave;

· Munir-se de recursos suficientes para o trabalho em campo (material, local p/ anotações etc.)

· Desenvolver um procedimento para receber ajuda ou orientação de outros investigadores;

· Criar um cronograma relacionando as atividade de coleta de dados em períodos específicos de tempo;

· Preparar-se para a ocorrência de eventos inesperados (mudança na disponibilidade dos entrevistados etc.).

O coração do protocolo consiste em um conjunto de questões que refletem as necessidades da pesquisa. Essas questões diferem daquelas formuladas para um survey (levantamento) por duas razões:

As questões são formuladas para o investigador e não para os respondentes;
Cada questão deve vir acompanhada por uma lista de prováveis fontes de evidência. Essas fontes podem incluir entrevistas individuais, documentos ou observações. A associação entre questões e fontes de evidência é extremamente útil na coleta de dados.

Em casos múltiplos as questões serão as mesmas para cada caso. No protocolo é indicado o formato do relatório final. Não há um formato único para relatório de Estudo de Caso. O que deve orientá-lo é o grau de facilidade de entendimento e compreensão do leitor.

Quando possível podem ser realizados estudos de casos-piloto que, evidentemente oferecem melhores condições quando da realização do Estudo de Caso propriamente dito.

Fontes de evidências

Documentos: a pesquisa documental deve constar do plano de coleta de dados. Cartas, memorandos, comunicados, agendas, planos, propostas, relatórios, cronogramas, jornais internos etc. O material coletado e analisado é utilizado para corroborar evidências de outras fontes e/ou acrescentar informações. É preciso Ter em mente que nem sempre os documentos retratam a realidade. Por isso, é importantíssimo tentar extrair das situações as razões pelas quais os documentos foram criados. Os documentos podem fornecer “pistas” sobre outros elementos. Como geralmente a pesquisa documental pode ser feita de acordo com a conveniência do pesquisador (ao contrário do que ocorre com a entrevista) é aconselhável que o pesquisador se prepare para aproveitar os “gaps” entre entrevistas para fazê-la.

Registros em arquivos é outra fonte de evidências. As entrevistas constituem a principal fonte de evidência de um Estudo de Caso. Trata-se de relato verbal sujeito a problemas de viés, recuperação de informações e/ou de articulação imprecisa. Quando possível usar gravador. Há três tipos de entrevistas: aberta – para extrair fatos; opiniões, “insights”; focada – perguntas previamente formuladas. Servem para corroborar o que o investigador pensa a respeito de determinada situação. A terceira maneira de condução de uma entrevista é a estruturada – perguntas pré-formuladas com respostas fechadas.

Além dos instrumentos já enunciados para evidenciar a realidade que se deseja estudar tem-se a observação direta; observação participante e também o uso de artefatos físicos.

Três princípios para coleta de dados:

a) Usar múltiplas fontes de evidência

O uso de múltiplas fontes de evidência permite o desenvolvimento da investigação em várias frentes – investigar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e descobertas ficam mais convincentes e apuradas já que advém de um conjunto de corroborações. Além disso os potenciais problemas de validade de constructo são atendidos, pois os achados, nestas condições, são validados através várias fontes de evidência.

b) Construir, ao longo do estudo, uma base de dados

Embora em Estudo de Caso a separação entre a base de dados e o relato não sejam comumente encontrada, sugere-se que essa separação acontece para se garantir a confiabilidade do estudo, uma vez que os dados encontrados ao longo do estudo são armazenados, possibilitando o acesso de outros investigadores. Os registros podem se dar através: notas, documentos, tabulações e narrativas (interpretações e descrições dos eventos observados, registrados...).

c) Formar uma cadeia de evidências

Construir uma cadeia de evidências consiste em configurar o estudo de caso de tal modo que se consiga levar o leitor a perceber a apresentação das evidências que legitimam o estudo desde as questões de pesquisa até as conclusões finais. Assim como em um processo judicial, o relato do Estudo de Caso também deve assegurar que cada evidência apresentada foi coletada na “cena do crime”. Além disso, deve deixar claro que outras evidências não forma ignoradas e que aquelas que forma apresentadas não estão maculadas por vieses.

Análise das evidências

A análise das evidências é o menos desenvolvido e mais difícil aspecto da condução de um Estudo de Caso. O sucesso depende muito da experiência, perseverança e do raciocínio crítico do investigador para construir descrições, interpretações que possibilitem a extração cuidadosa das conclusões. Um tratamento – organização e tabulação dos dados ajuda a análise. Mais importante nesta fase é Ter-se definida uma estratégia analítica geral já que isso significa tratar imparcialmente as evidências, extrair conclusões analíticas e apresentar interpretações e descrições alternativas. O papel da estratégia geral é ajudar o investigador a escolher entre diferentes técnicas e a completar com sucesso a fase analítica da pesquisa. Há duas maneiras de se formatar a estratégia geral: basear-se nas proposições teóricas – referencial teórico – ou desenvolver uma criativa descrição do caso.

Basear-se em proposições teóricas é a forma mais comum para se analisar as evidências de um caso. Os objetivos e o “design” inciais do estudo presumivelmente foram baseados sobre essas proposições, as quais refletem um conjunto de questões de pesquisa, revisões da literatura e novos “insigts”. De fato, como as proposições de certa forma modelam o plano de coleta de dados deve-se dar prioridade a essa estratégia geral. Sendo assim, as proposições podem fornecer a orientação teórica que direcionará a análise do estudo. Isso ajuda a focalizar a atenção sobre certos dados e a ignorar outros, além de auxiliar a organizar o estudo como um todo e a definir explanções alternativas a serem examinadas – proposições teóricas sobre relações causais – perguntas do tipo “como?” “por quê?” – podem ser úteis para direcionar a análise do estudo de caso.
A estratégia de descrição é menos preferível, servindo de alternativa quando não se tem um referencial teórico. Buscam-se identificar ‘links” causais entre variáveis e eventos observados, e/ou registrados quando do levantamento de campo. A descrição está para uma avaliação qualitativa assim como a mensuração para uma avaliação quantitativa.

A construção ou o uso de ‘categorias’ deve ser buscado em qualquer das duas alternativas de análise apresentadas acima. Análises orientadas por categorias já testadas em outros estudos, ou teoricamente fundamentadas oferecem qualidade ao trabalho.

A busca da explicação deve ser intensa durante todo o processo de condução do estudo. Afinal, a categoria mais importante, ao lodo do caráter preditivo dos achados pelo método científico, é a explicação. Para explicar um fenômeno deve-se especificar um conjunto de ‘links’ causais.

Composição do relato do Estudo de Caso

A redação do caso exige muito esforço e habilidade de redigir. Um bom relato começa a ser composto antes da coleta de dados – na verdade, várias decisões envolvendo a redação do devem ser tomadas nas fases anteriores para que se aumente as chances de produção de um estudo de qualidade. Como já dito anteriormente o formato do relatório advindo do Estudo de Caso – monografia, dissertação etc. – não carece de ser apresentado do modo tradicional: introdução, questão de pesquisa, objetivo, hipótese, revisão da bibliografia., metodologia, análise dos resultados e conclusões. Não há um formato único. O estilo de se construir o relatório dependerá da criatividade e engenhosidade do autor.

O que faz um Estudo de Caso exemplar ?

Um Estudo de Caso exemplar exige o emprego dos procedimentos metodológicos já descritos anteriormente (protocolo do estudo; construção de uma cadeia de evidência; estabelecimento de base de dados etc.). Entretanto, isso é condição necessária porém não suficiente para o sucesso. Além disso, é necessário também conseguir que as características descritas a seguir estejam presentes no relatório final:

O Estudo de Caso deve ser significativo

Evidentemente, se o investigador só tem acesso a poucos locais para coleta de dados e/ou conta com recursos muito limitados as chances de que ele consiga fazer um estudo exemplar são mínimas.

Um trabalho exemplar é aquele em que; os casos individuais são raros e de interesse público geral e/ou os assuntos subjacentes são nacionalmente importantes – em termos teórico político ou prático.

Um modo de evitar a escolha de casos desfavoráveis a um bom trabalho é descrever, antes da escolha, detalhes sobre a contribuição a ser feita na hipótese do estudo ser terminado. Se nenhuma resposta satisfatória for encontrada deve-se reconsiderar a escolha feita.

O Estudo de Caso tem que ser completo

Um Estudo de Caso completo pode ser caracterizado em ano menos três modos:
Quanto às fronteiras – o Estudo de Caso completo é aquele em que as fronteiras – isto é, a distinção entre o fenômeno estudado e seu contexto – são definidas. A melhor forma de fazer isso é mostrar, através de argumentos lógicos e da apresentação de evidências, que a periferia analítica foi alcançada (ou seja, que a relevância da informação vai diminuindo rumo aos limites definidos como fronteira).

Quanto à coleção de evidências; um Estudo de Caso completo deve demonstrar de modo convincente que o investigador gastou exaustivos esforços na coleta de evidência relevante. A meta é convencer o leitor de que muito pouca evidência relevante escapou da investigação.

Quanto ao tempo e aos recursos necessários: um Estudo de Caso não estará completo se terminar apenas porque acabaram-se os recursos ou porque o tempo disponível esgotou-se. É necessário fazer uma boa previsão na fase do “design” para evitar falta de tempo e recursos.

O Estudo de Caso tem que considerar perspectivas alternativas

Para Estudos de Casos explanatórios, uma valiosa abordagem é a consideração de proposições rivais e a análise de evidência em termos dessas proposições. Para Estudos de Caso explanatórios ou descritivos, o exame das evidências de diferentes perspectivas irá aumentar as chances de que o estudo seja exemplar. As diferentes visões teóricas sobre determinado fenômeno constituem a orientação para discussões sobre aceitação ou rejeição de perspectivas alternativas.

O Estudo de Caso tem que mostrar suficientes evidências

O Estudo de Caso tem que ser composto de maneira a engajar o leitor.

Fonte:www.focca.com.br/cac/textocac/Estudo_Caso.htm

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

INFORMAÇÕES SOBRE A PROFESSORA INÊS VITORINO

Inês Vitorino Sampaio

UFC – Universidade Federal do Ceará

É doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com participação em um programa de Doutorado Sandwiche no Institut für Publizistik- und Kommunikationswissenschaft da Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha). É professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará (UFC) e colaboradora do Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordena o GRIM - Grupo de Pesquisa das Relações Infância, Adolescência e Mídia (CNPq) e é autora do livro Televisão, Publicidade e Infância, além de vários artigos em revistas e periódicos nacionais e internacionais.

Fonte:Site da Andi


Grupo de pesquisa que atua

Segundo o Cnpq:"O GRIM reune pesquisadores cujos estudos têm tematizado, nos últimos anos, aspectos diversos da relação infância , adolescência e comunicação. A formalizacao deste Grupo permite consolidar uma prática informal de articulação entre pesquisadores da Universidade Federal do Ceará(UFC) e Universidade de Fortaleza(UNIFOR) e integrar novos interessados na pesquisa nesse campo. É seu propósito aprofundar referenciais teórico-metodológicos que permitam compreender os processos comunicativos contemporâneos, especialmente no campo da comunicacao midiática, a partir do foco na Criança e no Adolescente. Nestes três anos, o GRIM foi agraciado com 02 (duas) bolsas PIBIC-UFC e uma bolsa CAPES, nível Mestrado. Além disso, uma estudante do grupo, com base em uma seleção nacional de projetos, foi contemplada como uma bolsa da ANDI/Instituto Alana para elaboração de trabalho de conclusão de curso sobre a Publicidade dirigida à Criança e ao Adolescente. Neste campo da relação da criança e do adolescente com a Comunicação, gerou 05 (cinco) monografias de conclusão de curso. O GRIM tem se voltado nos últimos anos, de modo especial, à discussão da Classificação Indicativa na TV. A pesquisa "Leituras da Criança e do Adolescente sobre a Classificação Indicativa e o Sistema de Classificação Etária" em andamento conta com apoio do CNPq, nos termos do Edital MCT/CNPq 02/2006 Na figura de sua coordenadora, o GRIM se fez representar no I Colóquio Nacional sobre a Classificação Indicativa na TV, além de integrar o corpo de autores do livro "Classificação Indicativa: o diálogo entre a teoria e a prática", a convite do Ministério da Justiça. Artigos tratando desta temática foram, ainda, apresentados no Lusocom em 2006, no Intercom e na VI Bienal Iberoamericana de Comunicaçâo em 2007 e na ALAIC em 2008."

Linha de Pesquisa que atua:Mídia e Práticas Sócio-culturais

De acordo com o Cnpq:"visa pesquisar as práticas sócio-culturais em suas relações com as mídias nas sociedades contemporâneas, tendo em vista as condições e formas a partir das quais os agentes definem suas práticas na relação cotidiana com o sistema das mídias e suas formas simbólicas."

Fonte:Sobre linha de pesquisa e grupo de atuação,os textos foram extraídos do Cnpq

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

INFORMAÇÕES SOBRE O FILME DEUS QUEBRADOS

por Luiz Zanin

"Com a apresentação de Os Deuses Quebrados, do cubano Ernesto Daranas, prosseguiu a mostra competitiva ibero-americana do 19° Cine Ceará. A idéia de base é mesclar um tom de documentário com o de ficção ao abordar um curioso fato histórico da cultura cubana, conforme explicou em entrevista o diretor. Trata-se da história de um cafetão, Yarini, lendário nos bordéis de Havana no início do século 20. Como a prostituição era explorada na época por estrangeiros, franceses em especial, Yariani ganhou uma surpreendente notoriedade, exacerbando sentimentos nacionalistas no basfond da capital. Era o rei de San Isidro, bairro popular de onde o diretor Daranas é também originário.

Ao invés de fazer um documentário sobre Yarini, Daranas prefere o caminho da ficção. Cria o personagem de Laura, uma professora universitária que defende tese sobre Yarini e, para fazer o trabalho de campo, passa a conviver com os personagens atuais da cena onde o antigo cafetão brilhou. Conhece prostitutas e proxenetas e acaba se envolvendo com um deles, o melífluo Alberto (Carlos Ever Fonseca), amante de Sandra (Annia Bú), que também está envolvida com o rei da Boca atual, Rosendo (Hector Noas). A investigação transforma-se assim, num duelo de ciúme e paixão, que acaba por vitimar várias pessoas, entre as quais a própria pesquisadora. “Em geral esse tipo de assunto é visto sob ótica sociológica e política e eu acho que isso acaba empobrecendo a análise”, diz. De qualquer forma, parece que Daranas conseguiu tocar o coração popular – pelo menos em Cuba, onde ganhou o Prêmio do Júri popular no Festival de Havana.

Em meio a cenas tórridas com a escultural Annia Bú, o filme apresenta uma estética meio esquisita, com trilha sonora onipresente, cortes bruscos e uma certa vocação para o videoclipe em certas passagens. Nota-se que Daranas tentou mesmo fazer um filme popular, e não raro cai no popularesco. Falta depuração, sobriedade nos movimentos de câmera. Tudo é derramado, mas se sente que esse descontrole não está a serviço da linguagem mas aparece mais como carência. Muito melhor representante de Cuba seria O Corno da Abundância, de Juan Carlos Tabío, que passou no Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo."

Fonte:Agência Estado

DICA ACADÊMICA

Quem informa para gente é o jornalista Ricardo Moura,via twiiter:

"UECE: Seminário Políticas de Segurança Pública - as Instituições em Revista. Nesta quinta, 14h, auditório Paulo Petrola, na Reitoria."

Detalhes sobre o livro "Os Limites da Interpretação",de Umberto Eco

Sinopse
Estes ensaios viajam entre a crítica da tradição hermética, os alquimistas a Guénon, a exploração das interpretações mais incontroladas de Dante, Leopardi, ou Joyce, as confissões pessoais do autor como leitor dos intérpretes de O Nome da Rosa e de O Pêndulo de Foucault, até às situações limite em que, perante duas Giocondas, se trata de estabelecer qual é a autêntica. Os ensaios discutem os limites da interpretação, os casos de excessivo dispêndio de energia interpretativa, e os critérios de uma economia da literatura.
Ataque polémico a muitas (embora não todas) práticas de "desconstrução", o livro poderá ser entendido como uma inversão de marcha em relação a Obra Aberta em que, há trinta anos, se privilegiava provocatória e pioneiramente a recepção e a interpretação. Mas Obra Aberta já insistia numa dialética entre a iniciativa do intérprete e a fidelidade à obra, enquanto hoje se dá um crédito excessivo à liberdade incontrolada do intérprete. Trata-se, portanto, de restabelecer uma tensão entre a intenção do leitor e a intenção da obra (enquanto a intenção do autor permanece fantasmática e inatingível).
O princípio da semiose ilimitada (objecto das investigações de Eco do Tratado de Semiótica Geral a Lector in Fabula e Semiótica e Filosofia da Linguagem) não é a celebração de uma deriva incontrolável do sentido, mas sim condições de acordos, embora provisórios e falíveis, por parte de uma comunidade de intérpretes que respeitam a coerência semântica de uma obra. Se as interpretações de um texto podem ser infinitas, isto não significa que todas sejam "boas". E se não se pode decidir quais são as "boas", contudo é possível dizer quais são as inaceitáveis.

Fonte:Site Wook

RESUMO DO LIVRO: A Interpretação das Culturas,de Clifford Geertz

Este livro consiste na apresentação de um trabalho antropológico de Clifford Geertz, desenvolvido sob a égide da perspectiva teórica do(interacionismo simbólico. Neste sentido, cabe indicar que o referido livro de Clifford Geertz se dedica a realizar uma análise antropológica das dimensões culturais da política, da religião e dos costumes sociais. Para realizar tal análise, Geertz se apóia em vários exemplos, que vão desde a etnografia da briga de galos Balinense, até a análise dos sistemas de casamento em parentesco europeus medievais. No âmbito destes estudos, percebe que ,como estrutura estruturante na organização das sociedades está a cultura, cabe mencionar que o autor indica que esta pode ser definida como um sistema cultural de organização (e controle) das coletividades, sistema este pautado em um mecanismo de apreensão do poder por meio da posse dos signos de poder (por parte dos que controlam as altas esferas sociais) e da submissão dos membros de uma comunidade política a tais signos. Para que esta submissão ocorra, a cultura é a mediação entre o poder e o objeto de sua ação, isto é possível, pelo fato de que, segundo Geertz, na Antropologia o conceito de cultura sofre uma revisão e passa a ser visto como: ?um padrão de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos e materializado em comportamentos?. Complementar a esta noção, está a idéia de que as imagens públicas do comportamento (cultural) são vistas como os mais eficazes elementos do controle social. Deste modo, a cultura é em parte controladora do comportamento em sociedade e, o mesmo tempo cria e recria este comportamento, devido ao seu conteúdo ideológico, impossível de ser esvaziado de significado, já que toda cultura possui uma ideologia que o embasa, pois para o autor a ideologia é apresentada como a dimensão norteadora/justificativa do ?arbitrário cultural? (os princípios que são aceitos pelo senso comum como indiscutíveis, e que definem o que é valorizado ou desvalorizado em termos comportamentais em determinado grupo humano), sendo este arbitrário cultural o elemento mediador da apreensão dos signos e significados presentes em uma cultura. Devido à perspectiva explicitada acima, o autor desenvolve um método a partir do qual a pesquisa antropológica começa levando em conta nossas próprias percepções, problematizadas como parte da ?vigilância epistemológica? (termo criado por Gaston Bachelard para designar o cuidado que o pesquisador deve ter para não se deixar influenciar por suas próprias opiniões, crenças e percepções a respeito do objeto de pesquisa). A esse respeito, cabe informar que Geertz, com vistas a superar os métodos analíticos anteriores baseados em uma análise cultural pautada em uma espécie de adivinhação de significados (como, por exemplo o empregado por Malinowski), o autor se dedica a desenvolver uma Fenomenologia da Cultura. Tal método seria utilizado para analisar e descrever a estrutura significativa da cultura a partir do estudo da percepção dos indivíduos nela presentes. Para tanto, o autor indica que o essencial é anotar e interpretar o discurso social. Excelente livro para todos os que se dedicam a estudar a antropologia cultural, pois é uma obra que além de servir como introdutória, situa o leitor no âmago de alguns dos debates mais candentes do campo em questão.

Fonte:Site Netsaber

Método Fenomenológico

Fenomenologia


Surgiu como uma reação ao idealismo, ao positivismo e ao psicologismo vigentes no final do século XIX.


Principais Teóricos:

Edmund Hurssel (pai da fenomenologia);
Martin Heidgger;
Merleau-Ponty;
Alfred Schutz;
Sartre.



2 – O que é?


É o estudo das “essências”.

Propõe descrever o fenômeno, voltando-se para as coisas como elas se manifestam.

Busca compreender o ser humano e se volta para “experiências vividas”, cujo pano de fundo é o dia-a-dia, ou seja, o mundo, o cotidiano.


A Intencionalidade:
A fenomenologia tem por idéia fundamental, básica, a intencionalidade da consciência, entendida como a direção da consciência para compreender o mundo.


Mediante a intencionalidade da consciência todos os atos, gestos, hábitos e qualquer ação humana têm um significado.


3 – O Pesquisador:

O pesquisador não formula hipóteses sobre o que busca mas, procura ver o fenômeno tal como ele se mostra em termos de significados relacionais, na dinâmica da vida da pessoa e em seu mundo existencial.

Ele deve ter uma “atitude fenomenológica”, que lhe permite abertura para viver a experiência na sua totalidade, tentando isolar todo e qualquer julgamento que interfira na sua abertura para a descrição.



4 – Trajetória Metodológica:

Descrição fenomenológica: é o momento resultante da relação dos sujeitos pesquisados com o pesquisador. Deve retratar e expressar a experiência consciente do sujeito.
Redução fenomenológica: é o momento em que são captadas as partes da descrição que são consideradas essenciais e aquelas que não são, por meio da variação imaginativa.
Compreensão/Interpretação fenomenológica: trata-se de interpretar o que foi descrito, de descobrir o sentido da existência.